MADRI, 13 de jul de 2004 às 17:44
O delegado de ecumenismo do Arcebispado de Barcelona, Dom Jaume González-Agápito, criticou a estranheza, o folclorismo e superficialidade de algumas propostas do recém encerrado Parlamento das Religiões do Mundo celebrado na capital catalã no marco do Fórum das Culturas Barcelona 2004.
Ao referir-se às jornadas do Parlamento realizadas desde o dia 7 de julho, Dom González-Agápito criticou que “o exotismo, o folclorismo pitoresco e a superficialidade de algumas propostas predominem sobre a realidade religiosa e o diálogo em profundidade nos âmbitos ecumênico e inter-religioso”.
O delegado de ecumenismo realizou estas declarações na Catalunha Cristã, semanário oficioso do Arcebispado.
Dom González-Agápito expressou também ao jornal La Vanguardia algumas de suas discrepâncias: “O Fórum de les Cultures optou por reduzir a presença da religião, apesar de que a dimensão religiosa constitui um elemento configurador de toda cultura, exclusivamente à semana que dura o Parlament de les Religions”.
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“Além disso, a organização do Parlament de les Religions em Barcelona recaiu na Associació Unesco per al Diàleg Interreligiós com poder decisivo último, e não nas próprias confissões religiosas”, acrescentou o funcionário arquidiocesano.
Dom. Jaume González-Agápito explicou as dificuldades experimentadas entre o Arcebispado de Barcelona, e também das diversas confissões religiosas, com os responsáveis do Fórum e da associação Unesco.
“As iniciativas das confissões cristãs e os projetos interconfessionais não encontraram toda a acolhida que cabia esperar. O Arcebispado não viu aceitos quase nenhum dos projetos que havia apresentado. Foi rejeitada, por exemplo, uma exposição sobre a Bíblia que se pretendia fazer conjuntamente com os protestantes e com a abadia de Montserrat”.
Igualmente, Dom González-Agápito criticou o livro que o Fórum publicou sobre as religiões. “É um livro muito decepcionante. Começa falando do chamanismo, que é uma crença que em Barcelona deve reunir poucos quantos seguidores. A informação que oferece do catolicismo é muito escassa, apesar de ser a confissão da maioria. E o que se diz dos protestantes e dos ortodoxos é de pouca qualidade”.