REDAÇÃO CENTRAL, 23 de jun de 2022 às 14:30
Uma paróquia católica de Chicago permitiu que um casal em dois homens em uma união homossexual fizesse uma “reflexão” no lugar da homilia do sacerdote em uma missa do domingo 19 de junho.
O padre da paróquia Velha de São Patrício que celebrava a missa, Joe Roccasalva, apresentou os dois homens logo depois da proclamação do Evangelho e disse que eles fariam uma “reflexão do Evangelho” no Dia dos Pais. O Código de Direito Canônico proíbe leigos de pregar homilias durante a missa. Só bispos, padres e diáconos podem pregar.
Ao subir ao púlpito, Alex Shingleton e Landon Duyka, que dizem ser membros da paróquia há uma década, descreveram sua união homossexual como uma “bênção” e a adoção de seus dois filhos como “milagres”.
“Sejamos honestos, provavelmente não há muitos pais gays falando no Dia dos Pais em muitas igrejas católicas do planeta hoje”, disse um deles. Depois, um deles disse: “Queríamos criar nossos filhos na Igreja Católica.”
Os homens descreveram como um “milagre” o fato de terem encontrado uma comunidade de afirmação LGBT “radicalmente inclusiva” na paróquia. E disseram ter sofrido rejeição e falta de acolhimento em outras paróquias católicas.
A Igreja Católica ensina que, embora as pessoas que se identificam como LGBT devam ser tratadas com dignidade e respeito, os atos homossexuais são objetivamente pecaminosos, isto é, independente de qualquer situação particular em que vivam as pessoas que praticam tais atos, e que as uniões homossexuais, mesmo se reconhecidas por governos ou pela opinião geral da sociedade, não podem ser aprovadas pela Igreja em nenhuma circunstância.
O Catecismo da Igreja Católica ensina que "'os atos homossexuais são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural. Eles fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma genuína complementaridade afetiva e sexual. Em nenhum caso podem ser aprovados."
As pessoas com atração sexual por pessoas do mesmo sexo "são chamados à castidade. Pelas virtudes do autodomínio que lhes ensinam a liberdade interior, às vezes pelo apoio da amizade desinteressada, pela oração e pela graça sacramental, podem e devem aproximar-se gradual e resolutamente da perfeição cristã", diz o Catecismo.
“A escolha desses dois como [homilistas] no Dia dos Pais deve ser vista pelo que é, um ato político de submissão às ideologias sexuais modernas e um ato de rebelião contra os ensinamentos de Cristo e sua Igreja”, disse o padre Pius Pietrzyk OP, advogado canônico, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI.
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Quanto à proibição de leigos pregarem na missa, Pitrzyk disse que a lei “expressa a compreensão da Igreja sobre o papel do padre na vida da comunidade paroquial e, mais importante, expressa o vínculo essencial entre o munus sanctificandi (dever de santificar, ou consagrar) e o munus docendi (dever de ensinar), que está enraizado no sacramento das ordens sagradas”.
Pietrzyk disse que espera que os homens que falaram no Old St. Patrick's continuem a participar da Igreja Católica. “Devemos continuar incentivando esses dois homens a participar da vida da Igreja”, enfatizou Pietrzyk, mas reiterou que o fato de estarem vivendo publicamente como um casal do mesmo sexo não pode simplesmente ser ignorado.
Pietrzyk descreveu a decisão do padre de permitir que os homens falassem durante a missa como uma “politização da Eucaristia”.
Em março de 2021, a Congregação para a Doutrina da Fé esclareceu que a Igreja Católica não tem o poder de conceder bênçãos litúrgicas às uniões homossexuais. “Não é lícito conceder bênção a relacionamentos, ou parcerias, mesmo estáveis, que envolvam atividade sexual fora do casamento (isto é, fora da união indissolúvel de um homem e uma mulher aberta em si mesma à transmissão da vida), como é o caso das uniões entre pessoas do mesmo sexo”. A decisão foi aprovada para publicação pelo papa Francisco.
A arquidiocese de Chicago, liderada por dom Blaise Cupich, não comentou nem respondeu a perguntas sobre o assunto.
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— ACI Digital (@acidigital) May 7, 2021