Cristo, por sua paixão e morte, nos libertou da escravidão do egocentrismo, para que possamos amar melhor os outros, disse o papa Francisco na missa para o 10 º Encontro Mundial das Famílias neste sábado.

“A liberdade é algo que recebemos. Todos nós nascemos com muitas formas de condicionamentos interiores e exteriores, e especialmente com uma tendência ao egoísmo, a nos tornarmos o centro de tudo e nos preocuparmos apenas com nossos próprios interesses”, disse o papa em 25 de junho. “É dessa  escravidão que Cristo nos libertou”.

O papa Francisco fez a homilia em uma missa celebrada pelo cardeal Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, que organizou o encontro das famílias.

Com a presença de cerca de 2 mil famílias, o 10º Encontro Mundial das Famílias teve como tema: “Amor de família: uma vocação e um caminho de santidade”.

Em sua homilia, Francisco refletiu sobre um trecho da Epístola de São Paulo aos Gálatas: “Irmãos e irmãs: para a liberdade Cristo nos libertou; portanto, permaneçam firmes e não se submetam novamente ao jugo da escravidão. Pois vocês foram chamados para a liberdade, irmãos e irmãs. Mas não usem essa liberdade como uma oportunidade para a carne; antes, sirvam-se uns aos outros por meio do amor”.

“A liberdade”, disse o papa, “é um dos ideais e objetivos mais queridos do povo de nosso tempo. Todos querem ser livres, livres de condicionamentos e limitações, livres de todo tipo de ‘prisão’, prisão cultural, social ou econômica. No entanto, quantas pessoas carecem da maior liberdade de todas, que é a liberdade interior”.

Ele também observou que a liberdade dada por Deus, como diz São Paulo, não é a liberdade autoindulgente do mundo, mas a liberdade “dirigida ao amor, para que – como o Apóstolo nos diz novamente hoje: pelo amor vocês podem tornar-se escravos uns dos outros.”

“Todos vocês, casais, na construção de sua família, fizeram, com a ajuda da graça de Cristo, uma decisão corajosa: usar a liberdade não para si mesmos, mas para amar as pessoas que Deus colocou ao seu lado”, disse o papa.

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Ele aconselhou os pais a “não proteger os filhos das menores dificuldade e sofrimento, mas tentarem comunicar-lhes uma paixão pela vida, a paixão de despertar neles o desejo de descobrir sua vocação e abraçar a grande missão que Deus tem em mente para eles."

“Nada”, disse ele, “pode ser mais encorajador para as crianças do que ver seus pais vivenciando o casamento e a vida familiar como uma missão, demonstrando fidelidade e paciência apesar das dificuldades, momentos de tristeza e tempos de provação”.

“Nunca se esqueça disso: a família é o primeiro lugar onde você aprende a amar”, enfatizou.

“Ao elogiar a beleza da família, também nos sentimos compelidos, hoje mais do que nunca, a defender a família”, disse o papa Francisco. “Não deixemos que a família seja envenenada pelas toxinas do egoísmo, do individualismo, da cultura atual da indiferença e da cultura do desperdício e, como resultado, perca seu próprio DNA, que é o espírito de acolhimento e serviço”.

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