O papa Francisco disse esperar que o acordo provisório entre a Santa Sé e a China sobre a nomeação de bispos católicos seja renovado pela segunda vez em outubro.

"O acordo vai bem e espero que possa ser renovado em outubro", disse o papa à agência de notícias Reuters. O trecho sobre a China da entrevista de 90 minutos, na qual o papa também falou da saúde, dos rumores de renúncia ao pontificado e da anulação da sentença de Roe x Wade nos EUA, foi divulgado hoje (5).

O acordo entre a Santa Sé e a China foi assinado em setembro de 2018 e renovado por mais dois anos em outubro de 2020. Os termos do acordo são secretos.

Em setembro de 2021, a Santa Sé confirmou a ordenação do sexto bispo católico nos termos do acordo. Sete bispos que foram nomeados pelo governo chinês antes do acordo de 2018 foram regularizados pela Santa Sé.

O papa Francisco disse que a nomeação de bispos na China sob o acordo "está indo devagar, mas foram nomeados".

Francisco disse que o processo lento é "'do jeito chinês', porque os chineses têm aquele senso de tempo que ninguém os apressa".

Padre Bernardo Cervellera, ex-editor-chefe de AsiaNews, disse à CNA, agência em inglês do grupo ACI, no ano passado que os bispos que foram nomeados e ordenados são próximos à Associação Católica Patriótica, "isso significa que eles estão muito próximos ao governo”.

Segundo o padre, a Igreja Católica ainda precisa de cerca de 40 bispos a mais na China.

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Na entrevista à Reuters, o papa Francisco disse que os chineses “também têm os seus problemas porque não é a mesma situação em todas as regiões do país. [O tratamento dos católicos] também depende dos líderes locais”.

O papa também defendeu o acordo entre a Santa Sé e a China contra seus críticos. "A diplomacia é a arte do possível e fazer com que o possível se torne real", disse.

“Diplomacia é assim. Diante de uma situação fechada deve-se buscar o caminho possível, não o ideal”, concluiu Francisco.

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