De 20 a 24 de julho acontece em Fortaleza (CE) o Festival Halleluya. Segundo a Comunidade Shalom, que o promove, é o maior festival de música católica da América Latina. Para o padre Franco Galdino, membro da organização do evento, o palco principal onde acontecem os shows, “na verdade é uma isca”, que “atrai as pessoas, para que o coração sedento delas possa se abrir para a ação divina”. “O coração do festival Halleluya é o Espaço da Misericórdia”, disse sobre o local onde acontecem adoração, orações, aconselhamento e confissão.

“O Halleluya não quer simplesmente oferecer um show e uma experiência emocionante, mas tem algo a mais para as pessoas e esse algo a mais é um caminho de crescimento espiritual”, disse padre Galdino em entrevista à ACI Digital. Segundo ele, após ser atraída pelo festival e ter uma experiência com Deus, a pessoa é convidada a dar novos passos na caminhada de fé e, para isso, conta com o acompanhamento dos missionários. “Existe uma inteligência nisso aí”, disse.

Durante toda a noite do Festival Halleluya, o Santíssimo Sacramento fica exposto para adoração no Espaço da Misericórdia, o que, para padre Galdino, “expressa a finalidade última do evento, que é levar as pessoas a Deus, para adorá-lo”. Além disso, o sacerdote afirmou que este espaço “é tão o coração do evento que, em certo momento da noite, toda a arena se transforma em ‘Espaço de Misericórdia’, porque Jesus, que está lá e é o mais importante, sai da capela e vai para o palco principal para um momento de adoração que é o momento mais nobre do festival”.

O membro da organização contou como tudo no festival gira em torno do Espaço da Misericórdia. “Os missionários da comunidade ficam espalhados pela arena do Halleluya e ali eles vão atraindo as pessoas, de uma conversa informal sentados na grama, eles trazem a pessoa para o Espaço da Misericórdia, para receber o perdão e para adorar o Senhor”, disse.

Ao entrar nesse espaço, a pessoa é “convidada a adorar Jesus e a receber uma oração de algum missionário, conversar, fazer um diálogo de aprofundamento da fé”, disse.

Do outro lado da capela, acontecem as confissões. Mas, antes de se confessar as pessoas são preparadas para receber o sacramento. “Faz-se um mini-curso com aquelas pessoas que estão ali, falando sobre o que é a reconciliação, como fazer uma boa confissão, é feito um exame de consciência comunitário junto com elas e depois vão ao encontro das dezenas de padres que ficam espalhados ao lado da capela, onde o perdão é dado e a reconciliação acontece”, contou.

Segundo o sacerdote, a experiência dos festivais anteriores mostra que “a preparação para a confissão, muitas vezes, é o que faz a pessoa despertar para entender a grandeza do sacramento”. Padre Galdino contou que “algumas pessoas que há anos não se confessavam, vão ao festival, escutam uma música, um testemunho no palco e sentem desejo de conversar com um padre”. Essas pessoas “vão ao Espaço da Misericórdia e, ao chegar lá, explicamos para elas o que é a confissão, que não é só uma conversa, mas um momento de transformação interior, no qual o perdão de Deus nos é dado e uma vida nova começa”.

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O sacerdote admitiu que é possível se questionar: “como uma capela atrai mais do que um palco principal com tantos artistas do Brasil todo?”. Para ele “é algo incrível, mas atrai”. “As pessoas enchem a capela durante toda a noite. A adoração ao Santíssimo Sacramento acontece desde o início do evento até o fim. E as pessoas assistem ao show de que gostam, pausam a programação do palco principal, não continuam ali, vão para capela, para o Espaço da Misericórdia, porque sentem a sede de uma experiência pessoal com Deus”.

Padre Galdino contou que, durante uma noite do festival, cerca de 30 sacerdotes ficam a disposição para atender as confissões. “E eles não dão conta de atender todos. A fila de pessoas querendo se confessar é tão grande que, mesmo com essa quantidade de padres ali, não tem fim a quantidade de pessoas que querem se confessar”, afirmou.

Encerrado o Festival Halleluya, padre Franco Galdino disse que a missão evangelizadora continua, pois as pessoas que se cadastram para a oração, confissão ou aconselhamento são convidadas a participar do Halleluya Quero Mais, que acontece nas casas da Comunidade Shalom, em Fortaleza. “Nesse pós-evento, as pessoas escutam novamente uma pregação, fazem um momento de oração e são convidadas a entrar em um grupo de oração e fazer um caminho de crescimento espiritual”, contou.

“Tudo é focado nisso. No fundo, o que queremos é que as pessoas se engajem em um caminho de crescimento espiritual. Essa é a intenção principal. Por isso toda essa organização é feita. Nossa intenção como comunidade jamais é dar simplesmente uma experiência boa para as pessoas. Nós queremos que elas façam e desejem um crescimento espiritual”, concluiu.

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