A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), com apoio da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), promove em 6 de agosto o Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos. O assistente eclesiástico da ACN Brasil, frei Rogério Lima, contou que a entidade recebe muitos pedidos de ajuda de vários países onde os cristãos sofrem perseguição. “No entanto, no dia 6 de agosto, iremos atender ao primeiro pedido que sempre nos fazem: ‘Rezem por nós’”, declarou.

O Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos foi celebrado pela primeira fez em 2015 e, desde então, ocorre anualmente em agosto. A data escolhe recorda a noite de 6 de agosto de 2014, quando cerca de 100 mil cristãos tiveram de abandonar suas casas na Planície de Nínive, no Iraque, expulsos pelos terroristas do grupo Estado Islâmico. Eles fugiram a pé, somente com as roupas do corpo, sem água ou comida.

Segundo a ACN, naquela ocasião, assim que recebeu as primeiras informações sobre os cristãos d Planície de Nínive, na manhã do dia 7 de agosto, a fundação mobilizou os benfeitores e iniciou campanhas e projetos para socorrer materialmente e espiritualmente os perseguidos e refugiados.

Atualmente, disse a fundação pontifícia, mais de 400 milhões de cristãos vivem em países dominados pela perseguição religiosa, que ultrapassa fronteiras para além do Oriente Médio e outros países da Ásia. Segundo a entidade, os cristãos enfrentam algum tipo de perseguição ou intolerância em 153 países e o continente africano se tornou o novo epicentro do terrorismo religioso. Na África são registrados atentados às Igrejas e sequestro frequente de sacerdotes, mulheres e meninas cristãs.

Um desses ataques aconteceu em 5 de junho, durante a missa do domingo de Pentecostes, na igreja de São Francisco Xavier, em Owo, na Nigéria. O ataque deixou 39 mortos e 80 feridos.

Após este episódio, vários sacerdotes foram sequestrados no país, sendo o último caso registrado o dos padres John Mark Cheitnu e Donatus Cleophas, da diocese de Kafanchan. Eles foram sequestrados no dia 15 de julho. No mesmo dia, padre Cheitnu foi morto e seu corpo foi descoberto na terça-feira, 19. Padre Cleophas conseguiu escapar dos sequestradores.

Outros países africanos registram ataques contra os cristãos. Em Burkina Faso, por exmeplo, além dos ataques e atrocidades, os terroristas deixaram uma mensagem clara quando invadiram o seminário de São Kizito em fevereiro deste ano: “Não queremos ver cruzes aqui”.

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Segundo ACN, por causa dos ataques terroristas nos países africanos, muitas pessoas temem frequentar a missa. A fundação recordou as palavras do menino Domingo Vicente, de 5 anos, que sobreviveu ao massacre de Pentecostes. “Eu estava na igreja com meus pais quando o ataque aconteceu. Fiquei com medo e chorei. Eu pensei que minha mãe e meu pai estavam mortos, mas quando eu estava no hospital, eu os vi vivos e isso me deixou muito feliz. Não quero ir à igreja novamente, porque se for, posso ser morto”, disse a criança.

Frei Rogério Lima afirmou que “a dor e o sofrimento desses nossos irmãos vítimas de perseguição é para nós um testemunho de redenção”. Por isso, pediu que no Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos “elevamos o nosso coração e a nossa voz para nos unirmos às vidas de tantos irmãos e irmãs no mundo inteiro, que sofrem por acreditarem e testemunharem sua fé em Cristo”.

A ACN enviou os cartazes do Dia de Oração pelos Cristãos Perseguidos para todas as paróquias do Brasil e pede a todas as pessoas que rezem nas celebrações de sábado e domingo (6 e 7 de agosto), e em suas orações pessoais.

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