REDAÇÃO CENTRAL, 27 de jul de 2022 às 11:10
O governo da China demoliu em junho uma igreja que funcionava em instalações provisórias porque o padre Dong Baolu se recusou a se submeter à Associação Patriótica Católica da China, a igreja controlada pelo governo comunista chinês.
O templo demolido era um local clandestino de culto construído ao ar livre para os católicos da cidade de Youtong, na diocese de Zhengding, não registrados na "igreja" oficial.
Segundo a imprensa local, as autoridades aproveitaram para desmontar a tenda quando o padre Dong Baolu, que "sofre de problemas motores", foi internado para exames.
O padre Dong Baolu disse que foi o único dos mais de 100 padres da diocese de Zhengding que se recusou a se submeter ao controle comunista, informou Asia News, agência de notícias do Pontifício Instituto das Missões Estrangeiras.
Há quatro anos, o Partido Comunista Chinês adotou um "Novo Regulamento sobre Atividades Religiosas" que proíbe religiosos, incluindo padres, de exercer suas funções se não aderirem à Associação Católica Patriótica Chinesa.
A perseguição aos católicos na China não parou, apesar de a Santa Sé ter assinado um acordo com o país sobre a nomeação de bispos, que foi renovado em 2020 e expirará em outubro deste ano. O papa Francisco disse à Reuters em uma entrevista recente que espera que este acordo seja renovado em breve.
Este acordo, cujos conteúdo é secreto, foi criado para ajudar a unir a Igreja “oficial”, sob controle do governo comunista, e a Igreja clandestina, fiel a Roma. Estima-se que seis milhões de católicos estejam registrados no Partido Comunista Chinês e vários milhões de católicos romanos não estejam registrados.
Desde 2015 a China passa por um processo de “sinicização”, instaurado pelo presidente Xi Jinping, para reforçar a identidade chinesa e comunista em todas as práticas religiosas, incluindo a fé católica.
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A repressão às atividades de grupos religiosos que não se submetem ao Partido Comunista Chinês aumentou no ano passado.
Segundo um relatório da Asia News do ano passado, em 1º de junho deste ano entraram em vigor as “Medidas para a gestão financeira dos locais religiosos”, através das quais o regime comunista busca controlar as receitas e despesas das organizações religiosas especialmente doações do exterior.
No dia 1º de março, entraram em vigor as "Regras Administrativas para Serviços de Informações Religiosas na Internet", que proíbem a realização de atividades religiosas na Internet na China sem permissão prévia das autoridades comunistas.
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— ACI Digital (@acidigital) September 9, 2021