Dois padres católicos foram obrigados a se esconder por causa do cerco policial na Nicarágua. A Igreja vem sendo vítima de perseguição pelo regime do presidente Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro de esquerda que tomou o poder em 1979. Depois de um período na oposição, entre 1990 e 2006, Ortega foi eleito presidente quatro vezes seguidas.

A missa não pôde ser celebrada ontem (17) na Paróquia Santa Lucía, na diocese de Matagalpa, porque o pároco, padre Vicente Martín e o vigário-paroquial, padre Sebastián Lopez, tiveram que se esconder por causa da perseguição policial.

No lugar da missa, foi celebrada a Liturgia da Palavra, e a eucaristia, consagrada em uma missa anterior, foi distribuída pelos ministros extraordinários.

A EWTN News, programa de TV do mesmo grupo a que pertence ACI Digital, apurou que os padres não foram presos pela polícia que os procurou. Eles foram "levados para outro local por motivos de segurança".

A transferência dos padres foi no dia seguinte ao que a polícia tentou prender o padre Vicente Martín pouco antes da celebração da missa na paróquia de Santa Lucía.

Para impedir a entrada da polícia no templo, padre Sebastián López celebrou a primeira missa da manhã do lado de fora da paróquia, improvisando o altar com uma mesa.

Os fiéis participaram atrás das grades que cercam a igreja e manifestaram seu apoio aos padres.

A Paróquia Sagrado Coração de Jesus, na cidade de Las Calabazas, também na diocese de Matagalpa, denunciou que na tarde de 15 de agosto “agentes da Polícia Nacional chegaram no entorno da paróquia e ali permaneceram enquanto o padre Salvador López, pároco de nossa igreja celebrou a santa missa”.

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No domingo (14), a polícia impediu dois padres de comparecerem à catedral de Matagalpa para receber a imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima.

Nesse mesmo dia, padre Oscar Benavidez, pároco da Paróquia do Espírito Santo na diocese de Siuna, foi preso arbitrariamente pela polícia nicaraguense.

Esses ataques se somam à prisão do bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, detido na cúria diocesana, que está cercada pela polícia e sobrevoada por drones, desde o dia 4.

O bispo está impedido de sair da cúria diocesana junto com cinco padres, dois seminaristas e três leigos.

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