5 de dez de 2024 às 15:00
O que é o Colégio cardinalício, um consistório e um conclave? No sábado (7), será o consistório para a criação de 21 cardeais para a Igreja. Abaixo, explicamos esses termos:
O Colégio cardinalício
Os cardeais da Igreja fazem parte do chamado “Colégio cardinalício”, um órgão que reúne todos os cardeais criados pelo papa, cuja principal missão é fazer a eleição de um novo papa em um conclave.
Como diz o Direito Canônico, os cardeais do Colégio cardinalício devem auxiliar o papa “colegialmente, quando são convocados juntos para tratar de assuntos de mais importância”.
Devem fazê-lo também pessoalmente, “através dos diversos ofícios que exercem, ajudando sobretudo o papa no seu governo cotidiano da Igreja universal”.
Eleitores e não eleitores
Todos os cardeais fazem parte desse grupo que se divide em dois: os cardeais eleitores e os não eleitores.
Os eleitores são os que têm menos de 80 anos no dia em que o papa morre ou renúncia. O que significa que podem participar na eleição do novo papa e também assumem o governo da Igreja.
Os cardeais com 80 anos ou mais não participam do conclave.
Depois do próximo consistório, o Colégio cardinalício estará composto por 253 cardeais, dos quais 140 são eleitores e 113 não poderão votar num eventual conclave.
Consistório
Um consistório é a reunião do Colégio dos cardeais convocada pelo papa para ajudá-lo no governo da Igreja Católica.
Os cardeais são criados em consistórios, onde os futuros cardeais se reúnem na basílica de São Pedro, professam o Credo e depois se aproximam do papa pessoalmente vestidos com vestes vermelhas.
O papa dá a cada um o barrete vermelho e o anel de cardeal, símbolos de sua criação cardinalícia.
O papa atribui a cada cardeal uma Igreja de Roma, que é conhecida como "Título" ou "Diaconia", como símbolo de sua participação no cuidado pastoral do papa pela cidade.
A partir desse momento, os cardeais já podem fazer parte das congregações e dicastérios da Santa Sé, obtendo a capacidade de ajudar o papa a governar a Igreja.
Consistório ordinário e extraordinário
Os consistórios extraordinários são aqueles que o papa convoca em casos particulares, onde todos os cardeais da Igreja Católica são chamados a participar. O último consistório extraordinário foi em 27 de agosto de 2022.
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Um consistório ordinário acontece quando o papa precisa do conselho dos cardeais sobre algum assunto importante ou para dar solenidade à decisão do papa, como, por exemplo, a aprovação da canonização dos santos.
O conclave
O conclave é a assembleia dos cardeais reunidos para eleger um papa.
Depois da morte ou renúncia de um papa, inicia-se um período chamado de sé vacante. Durante este período, o princípio de nihil innovetur (que nada deve ser inovado) está em vigor.
O governo da Igreja é confiado ao Colégio cardinalício apenas para o despacho dos assuntos ordinários ou inadiáveis, e para a preparação de tudo o que for necessário para a eleição do novo papa.
Quando começa o conclave?
Os cardeais devem reunir-se em conclave para a eleição do novo papa 15 dias depois da vacância da Sé Apostólica, embora o Colégio cardinalício possa estabelecer outra data, que não pode ser adiada por mais de 20 dias a partir da vacância.
Lugar de celebração
O local habitual do conclave é a Capela Sistina, dentro do Vaticano. No século XIX os conclaves foram feitos no Palácio do Quirinal em Roma.
O último conclave que aconteceu fora de Roma foi em Veneza, em março de 1800, após a morte de Pio VI, uma vez que Roma estava ocupada pelas tropas do comandante francês Napoleão Bonaparte.
O voto
No dia escolhido para o conclave, os cardeais eleitores celebram missa na basílica de São Pedro, no Vaticano. À tarde, vão em procissão até a Capela Sistina, onde fazem um juramento solene assim que chegam.
Depois, o cardeal camerlengo, que fica responsável por tocar a cúria depois da morte ou renúncia de um papa, assistido do exterior pelo substituto da Secretária de Estado, se encarrega de que a eleição do papa aconteça com a necessária reserva e discrição.
A eleição por escrutínio, único método atualmente válido, faz-se através do voto individual e secreto dos cardeais eleitores.
O papa só é eleito com dois terços dos votos. Duas votações devem ser feitas a cada dia, mais uma votação na noite em que o conclave começa.
Se depois de 24 votações os cardeais não chegarem a um acordo sobre o cardeal escolhido, eles podem decidir por maioria absoluta como proceder. O papa pode, então, ser eleito por maioria simples.
Depois de cada eleição as cédulas são queimadas. A tradição indica que os cardeais fazem com que a fumaça seja preta, se o papa não foi eleito, ou branca se o novo papa foi eleito. A fumaça preta ou fumaça branca pode ser vista pelos fiéis da Praça de São Pedro.