O presidente da Pontifícia Academia para a Vida, dom Vincenzo Paglia, disse que a lei que legalizou o aborto na Itália é "um pilar de nossa vida social".

Paglia comentou a Lei 194 durante o programa de televisão Ágora, do canal italiano Rai 3 transmitida na sexta-feira (26).

Depois desta afirmação e sem mencionar o termo "aborto", Paglia destacou que "há uma parte que não foi abordada, e é o direito à maternidade, ver o nosso país crescer diante do drama de um desequilíbrio de gerações”. A Itália é o país com uma das menores taxas de natalidade do mundo.

A associação italiana Pro Vida & Famiglia (Pró-vida e Família) divulgou um comunicado assinado pelo seu porta-voz, Jacopo Coghe, no qual manifestou o seu “choque” com as palavras de Paglia.

“A justa intenção de promover um debate aberto, laico e compartilhado sobre o aborto e a natalidade, exigindo a aplicação da Lei 194 também por parte da prevenção e proteção social da maternidade, não pode negar a injustiça inerente à Lei 194”, diz o comunicado. "Ficamos surpresos com as palavras pronunciadas ontem, ao vivo na RAI, pelo presidente da Pontifícia Academia para a Vida, dom Vincenzo Paglia, segundo as quais a lei 194 sobre o aborto é 'um pilar de nossa vida”.

"Não entendemos como uma lei que suprime vidas humanas inocentes e indefesas pode ser um 'pilar' da sociedade", afirmou Coghe.

"Exatamente por isso, continua o comunicado, queremos reiterar nossa gratidão ao papa Francisco que, com palavras claras e inequívocas, sempre descartou a compatibilidade entre uma lei do aborto, comparada ao trabalho de um assassino, e uma sociedade orientada para a paz e a justiça”.

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Finalmente, Coghe lembrou que "o próprio Pontífice, de fato, definiu repetidamente o aborto como 'um crime, um mal absoluto'".

A Lei 194 legalizou o aborto na Itália em 1978. Com esta lei, um aborto pode ser feito por qualquer motivo durante os primeiros 90 dias de gravidez. Após esse período, o aborto pode ser feito por determinados motivos com a indicação de um médico.

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