MADRI, 6 de dez de 2005 às 12:45
Um alto índice de mulheres desistiria de alguns métodos anticoncepcionais se recebesse uma informação mais completa sobre seus efeitos abortivos, conforme revela a tese de doutorado de Cristina López de Burgo, graduada em Medicina e Cirurgia pela Universidade de Navarra e especialista em Medicina Familiar e Comunitária.A pesquisa, "Planejamento Familiar e Consentimento Informado", foi defendida pela nova doutora na Universidade de Navarra e estuda uma pesquisa feita a 600 usuárias de centros de saúde de Pamplona.
A tese apresenta as evidências dos mecanismos abortistas dos anticoncepcionais orais, a pílula do dia seguinte, o dispositivo intra-uterino (DIU) e a influência de conhecer estes efeitos quando a mulher escolhe um determinado método. Segundo a nova doutora, "há evidências de que estes três métodos podem, em ocasiões, agir depois de ter ocorrido a fecundação; quer dizer, podem ter um efeito abortivo precoce".
O trabalho mostra que apenas 6,7 por cento das 600 pesquisadas conhece todos os possíveis mecanismos de ação da pílula do dia seguinte e menos de 5 por cento conhece todos os mecanismos de ação da pílula anticoncepcional e o DIU. Quer dizer, 93 por cento ignora os efeitos da pílula do dia seguinte e 95 por cento os do DIU.
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A pesquisa de López de Burgo revela deste modo que 40 por cento das pesquisadas descartaria o uso de um método de planejamento familiar que pode agir, em ocasiões, depois da fecundação. 57 por cento não utilizaria se o método agisse depois da implantação.
Os resultados permitem à pesquisadora recomendar que "para garantir o direito de toda mulher a escolher livremente, deveria, ao menos, mencionar a possibilidade de que estes métodos atuem depois da fecundação e proporcionar depois as evidências científicas que existem na atualidade a aquelas mulheres que assim o solicitarem".
No mesmo trabalho, a pesquisadora sugere "expor a obrigatoriedade da assinatura de um consentimento informado quando se prescrevem estes métodos, posto que têm claras implicações éticas que afetam as mulheres que consideram importante o respeito à vida desde seu início".