O papa Francisco lamentou que o abuso dentro da família "ainda seja escondido" e disse que o celibato não é a causa dos abusos cometidos dentro da Igreja.

Em entrevista à CNN Portugal publicada ontem (5), o papa disse que "o abuso de homens e mulheres da Igreja - abuso de autoridade, abuso de poder e abuso sexual - é uma monstruosidade".

O abuso não está relacionado ao celibato, disse Francisco. "Não é o celibato (...) nas famílias não há celibato e também ocorre".

“Portanto, é simplesmente a monstruosidade de um homem ou de uma mulher da igreja, que está doente em termos psicológicos ou é malévolo, e usa a sua posição para sua satisfação pessoal. É diabólico”, disse o papa.

“O sacerdote existe para encaminhar os homens para Deus e não para destruir os homens em nome de Deus", afirmou o papa.

Para Francisco, “um sacerdote não pode continuar a ser sacerdote se é abusador. Não pode. Porque é doente ou um criminoso, não sei".

"Eu sofro com casos de abuso que me apresentam. Sofro, mas é preciso enfrentar isso", disse ele.

Diante da "tolerância zero" promovida dentro e fora da Igreja, o papa Francisco disse que "é muito bom" que estes casos venham à luz, mas lamentou que "o que não se sabe, porque ainda se esconde, é o abuso no seio da família”.

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O papa Francisco explicou que 3% dos abusos ocorrem dentro da Igreja, contra 46% que ocorrem dentro das famílias, no mundo dos esportes ou nas escolas. "'Ah, 3% é pouco.' Não. Mesmo que fosse um só é uma monstruosidade", disse.

Não é a primeira vez que o papa Francisco fala sobre o abuso como algo “monstruoso”. Em fevereiro de 2017 ele escreveu o prólogo do livro intitulado “Padre, eu te perdoo”, de Daniel Pittet, vítima de abuso sexual cometido pelo padre Joël Allaz.

O abuso sexual, recordou o papa Francisco, “é uma monstruosidade absoluta, um pecado horrendo, radicalmente contrário a tudo o que Cristo nos ensina”.

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