BERNA, 8 de set de 2022 às 16:13
A teóloga Monika Schmid, de 65 anos, "concelebrou" a missa em que se despediu após 37 anos de serviço na paróquia de são Martinho, na Suíça. O bispo local abriu uma investigação.
A missa, celebrada pelos padres Josef Regli e Feliz Hunger, também contou com a participação do diácono Stefan Arnold, que usava uma "estola de arco-íris", segundo Kath.ch, a agência oficial de notícias católica suíça.
A teóloga participou da oração eucarística, uma das várias partes da missa reservada apenas aos sacerdotes, e disse, entre outras coisas: "Fazei isto em memória de mim".
“Que uma mulher concelebre?” pergunta o artigo do Kath.ch. "Isso é normal em Effretikon", diz.
Entre outras coisas irregulares na missa na igreja de são Martinho em Illnau-Effretikon, padre Hunger começou a oração do Pai Nosso dizendo "Deus materno e paterno no céu".
“Extremamente problemático”
O suíço Hans-Jürgen Feulner, especialista em liturgia, questionou o que Monika Schmid fez e o claro apoio que recebeu dos dois padres presentes na celebração de 28 de agosto.
“A oração eucarística me pareceu estranha, especialmente porque não é uma das orações aprovadas na Suíça, mas foi tirada de outro lugar”, disse o especialista ao Kath.ch.
“Parece que faltam coisas importantes”, acrescentou. "Eu me pergunto por que fizeram várias mudanças completamente desnecessárias", questionou.
Sobre a concelebração, Feulner disse que “não se trata nem de uma mulher ou duas mulheres concelebrando, mas de um diácono e vários crentes não ordenados junto com os dois sacerdotes. Isso torna tudo extremamente problemático”.
Feulner também disse que o fato de uma mulher ter dito a oração eucarística constitui "uma participação ativa inadmissível".
Feulner disse que não é a primeira vez que Monika Schmid faz algo assim e disse que o bispo deve intervir "contra todos os envolvidos na concelebração da missa, incluindo os padres, que aparentemente e deliberadamente permitiram que isso acontecesse ".
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A investigação do bispo
O bispo de Chur, dom Joseph Maria Bonnemain, anunciou em 2 de setembro o início de uma investigação canônica.
“Como bispo diocesano, tenho o dever de reagir aos acontecimentos das últimas semanas” na “Paróquia de são Martinho, Illnau-Effretikon”, disse Bonnemain em um comunicado publicado no Kath.ch.
“Devido ao alcance desses incidentes, deliberadamente não agi imediatamente. Em tal situação, é importante considerar cuidadosamente um curso de ação apropriado".
"A complexidade do abuso litúrgico que ocorreu exige a abertura de uma investigação canônica preliminar", disse o bispo.
O que a Igreja Católica diz?
A instrução Redemptionis Sacramentum do Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, sobre as coisas a serem observadas ou evitadas na missa, explica que a oração eucarística só pode ser feita pelo sacerdote.
No número 52, o documento estabelece que "a proclamação da Oração Eucarística, que por sua natureza, é, pois, o cume de toda a celebração, é própria e exclusiva do sacerdote, em virtude de sua mesma ordenação".
“Portanto, é um abuso fazer que algumas partes da Oração Eucarística sejam pronunciadas pelo diácono, por um ministro leigo, ou ainda por um só ou por todos os fiéis juntos”, destaca o texto da Santa Sé.
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— ACI Digital (@acidigital) January 12, 2022