MANÁGUA, 20 de set de 2022 às 14:19
Uma multidão de católicos protestou contra a proibição da procissão de são Miguel Arcanjo na cidade de Masaya pelo governo da Nicarágua.
Na missa de descida da imagem de são Miguel Arcanjo celebrada ontem (19) Masaya, a multidão de católicos vaiou Juan Antonio Valle Valle, delegado da polícia local.
Um vídeo divulgado nas redes sociais e pelo jornal nicaraguense La Prensa mostra o delegado entrando na igreja com vários policiais no momento em que os fiéis aplaudiam são Miguel Arcanjo, vestido especialmente com um manto verde para as festas.
▶️| El comisionado de la Policía orteguista, Juan Valle Valle fue abucheado por la feligresía de Masaya, cuando intentó prohibir que saliera en procesión la imagen de San Miguel Arcángel.
— LA PRENSA Nicaragua (@laprensa) September 19, 2022
Más detalles en: https://t.co/n1X294Dsgj?: Video tomado de redes sociales. pic.twitter.com/chdgwyabn1
Ao sair, vários fiéis começaram a vaiar Juan Antonio Valle Valle; e vários policiais ficaram do lado de fora da igreja, assediando os católicos.
O governo do presidente Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma 29 anos no poder da Nicarágua, proibiu as procissões de são Miguel Arcanjo e são Jerônimo em Masaya, alegando "razões de segurança pública", segundo um comunicado da arquidiocese de Manágua publicado no domingo (17).
Em agosto, a procissão de Nossa Senhora de Fátima por ocasião do congresso mariano "Maria Mãe da Esperança" também foi proibida.
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A paróquia são Miguel Arcanjo em Masaya já foi alvo da ditadura antes. Em 2018, grupos paramilitares ligados a Daniel Ortega atacaram a população e em 2019 um grupo de mães e o padre Edwing Román entraram em greve de fome para protestar contra o ataque da polícia de Ortega contra a Igreja e a população local.
Em 15 de setembro, o Parlamento Europeu aprovou por 538 votos a favor e 16 contra uma resolução exigindo a libertação imediata do bispo Rolando Álvarez, que está em prisão domiciliar desde 19 de agosto.
A perseguição à Igreja na Nicarágua também atingiu as Missionárias da Caridade, congregação fundada por madre Teresa de Calcutá. Elas foram expulsas do país em julho deste ano.
O padre Oscar Benavidez, da diocese de Siuna, o padre Ramiro Tijerino, o padre José Luis Diaz, o padre Sadiel Eugarrios e o padre Raúl González estão na prisão de El Chipote, em Manágua, conhecida como centro de tortura dos adversários do regime sandinista no poder na Nicarágua.
Também os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, e o cinegrafista Sergio Cárdenas, da diocese de Matagalpa, estão em El Chipote.
Com exceção de padre Benavidez, todos os outros foram presos na madrugada de sexta-feira, 19 de agosto, na cúria episcopal de Matagalpa, quando a polícia prendeu dom Rolando Álvarez.
Governo da Nicarágua proíbe procissões de são Miguel Arcanjo e são Jerônimo https://t.co/YqvgIuClSG
— ACI Digital (@acidigital) September 19, 2022