O papa Francisco recebeu em audiência no sábado (22) o presidente da Pontifícia Academia para a Vida, dom Vincenzo Paglia.

Dom Paglia é também o grão-chanceler do Pontifício Instituto João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família.

Em um comunicado divulgado pela Pontifícia Academia para a Vida, afirmaram que, "durante a audiência, foi destacado o feliz caminho de colaboração entre a Academia e o Instituto, esperado pelo papa em 2016 com a dupla nomeação de dom Paglia”.

"O presidente explicou ao papa Francisco as muitas áreas e diferentes atividades nas quais a Academia pretende trabalhar nos próximos meses, recebendo o pleno reconhecimento do Santo Padre", acrescentou o comunicado.

A Pontifícia Academia para a Vida, fundada por são João Paulo II em 1994, esteve envolvida em controvérsias nos últimos meses, entre as quais, a publicação do livro Ética Teológica da Vida: Escritura, Tradição e Desafios Práticos (em tradução livre. O livro só foi publicado em italiano), que aponta para uma “mudança de paradigma” na teologia moral, com a possibilidade de modificar o ensinamento da Igreja Católica sobre o uso de anticoncepcionais.

O livro apresenta uma síntese de um simpósio organizado em 2021 pela Pontifícia Academia para a Vida e conta com uma introdução de dom Vincenzo Paglia.

Em 15 de outubro, o papa Francisco nomeou Mariana Mazzucato, uma economista ateia que se manifestou a favor do aborto, como novo membro da Pontifícia Academia para a Vida. Entre outras nomeações anunciadas nesse dia está a de monsenhor Philippe Bordeyne como membro do Conselho Diretor da Pontifícia Academia. O teólogo francês é crítico da Humanae vitae de são Paulo VI e justificou alguma forma de bênção para uniões homossexuais.

O médico católico José María Simón Castellvi, presidente emérito da Federação Internacional das Associações Médicas Católicas (FIAMC), criticou em 19 de outubro a repetida nomeação de "acadêmicos do aborto, defensores da eutanásia em algum grau ou detratores da Humanae vitae" como membros da Pontifícia Academia para a Vida. “Alguém convenceu o Santo Padre a isso", lamentou.

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Em um comunicado publicado em seu site, sob o título "Declaração sobre recente nomeação para a Pontifícia Academia para a Vida", a FIAMC, que reúne médicos católicos de todo o mundo, disse que "infelizmente" a nova integrante nomeada pelo papa Francisco "expressou suas opiniões a favor do aborto provocado abertamente nas redes (sociais)".

A FIAMC destacou que “os novos estatutos da Academia exigem que os membros estejam em conformidade com os ensinamentos da Igreja”.

Além disso, os médicos católicos recordaram que “a filiação de um acadêmico pode ser revogada ‘no caso de uma ação ou declaração pública e deliberada manifestamente contrária aos [ditos] princípios, ou gravemente ofensivas à dignidade e credibilidade da Igreja Católica e da própria Academia’”.

A Pontifícia Academia para a Vida defendeu as nomeações de 15 de outubro, dizendo que é necessário incluir “mulheres e homens com experiência em várias disciplinas e de diferentes origens, para um diálogo interdisciplinar, intercultural e inter-religioso constante e frutífero”.

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