REDAÇÃO CENTRAL, 26 de out de 2022 às 15:16
Um ataque jihadista que aconteceu em 19 de outubro na aldeia de Maboya, no noroeste da República Democrática do Congo, causou a morte da freira e médica Marie-Sylvie Kavuke Vakatsuraki, da congregação das Irmãzinhas da Apresentação de Nossa Senhora no Templo. Ela era membro de uma missão católica sanitária na cidade.
Depois de saquear uma farmácia e um hospital, os terroristas islâmicos incendiaram o prédio, onde a freira e um paciente morreram queimados. Medicamentos e equipamentos médicos foram levados.
O ataque foi apoiado pelas Forças Democráticas Aliadas (ADF), um grupo radical muçulmano de Uganda, também chamado de Estado Islâmico da Província da África Central (ISCAP).
O bispo de Butembo-Beni, dom Melchisédec Sikuli Paluku, condenou o ataque e estendeu suas condolências a todos os atingidos.
"Com profunda consternação, a diocese de Butembo-Beni recebeu a triste notícia de um ataque armado na aldeia de Maboya que atingiu o Centro de Saúde de Referência do nosso Escritório Diocesano de Obras Médicas (BDOM)", disse o bispo em comunicado publicado em 20 de outubro.
"As palavras não podem expressar o horror, que ultrapassou todos os limites", acrescentou o bispo diante desta tragédia "contra a humanidade".
A Igreja local ofereceu suas condolências pelo assassinato da freira e pediu que sua alma, “que morreu a serviço de seus irmãos, descanse em paz com a misericórdia de Deus”.
À Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), padre Marcelo Oliveira, dos Missionários Combonianos, descreveu o terror vivido naquela noite.
“Os rebeldes da ADF atacaram a aldeia e o hospital. Saquearam tudo o que encontraram, pegando os remédios, e no final incendiaram o prédio. Irmã Marie-Sylvie, que também era médica, estava de plantão noturno", contou.
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“Assim que tomou conhecimento do ataque, irmã Marie-Sylvie ligou para a paróquia local para que os padres e religiosos pudessem fugir. Caso contrário, a tragédia poderia ter causado ainda mais perdas humanas”, disse o sacerdote.
Uma vez que o centro de saúde foi destruído, "os rebeldes continuaram seu caminho e incendiaram outro hospital próximo".
Além das vítimas fatais, foram registrados desaparecimentos. Essas pessoas podem ter sido sequestradas para transportar medicamentos e equipamentos roubados do hospital, farmácia e lojas saqueadas, segundo o padre Oliveira.
Padre Oliveira disse à ACN que a República Democrática do Congo vive um verdadeiro conflito que o mundo finge ignorar e que está provocando um clima de horror no país.
“O terror continua. É uma guerra escondida, silenciada, para que ninguém faça nada e a população continue sofrendo. As pessoas estão morrendo de medo, todo mundo tenta fugir", lamentou. "Há muitos interesses em jogo, devido à grande riqueza desta parte do país".
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— ACI Digital (@acidigital) August 17, 2022