Cidade do México, 31 de out de 2022 às 13:02
A Suprema Corte de Justiça da Nação (SCJN) do México analisa no próximo dia 9 um pedido para proibir a colocação de presépios em lugares públicos.
O pedido de proteção que se opõe à colocação de "objetos decorativos alusivos ao 'nascimento de Jesus Cristo' nos meses de dezembro e janeiro" em espaços públicos.
O processo é dirigido "contra atos da prefeitura de Chocholá", no estado mexicano de Yucatán e foi iniciado por Miguel Fernando Anguas Rosado advogado que é membro da Indignación, associação que se anuncia como de “promoção e defesa dos direitos humanos na península de Yucatán de uma perspectiva integral, pluricultural e de gênero”.
Embora a eventual sentença só valha para Chocholá, marcaria o caminho a seguir para a proibição de presépios em todo o México.
O projeto de sentença, elaborado pelo Ministro Juan Luis González Alcántara Carrancá, e que será discutido e votado na primeira câmara da SCJN, pede que a prefeitura "se abstenha no futuro de colocar em espaços públicos do Município de Chocholá sinais que aludam a uma convicção religiosa específica.
Exige também que "se abstenha no futuro de destinar recursos públicos, no exercício de seus poderes legais e constitucionais, para a colocação de símbolos, em espaços públicos do Município de Chocholá, que aludam a uma determinada convicção religiosa”.
Entrevistado pela ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o padre Hugo Valdemar, da arquidiocese primaz do México, disse que essas manobras judiciais respondem “à intolerância religiosa, especialmente a tudo o que é a fé cristã”.
“Estamos começando a viver no México o que já se vive na Europa, uma verdadeira cristãofobia”, alertou.
“Não estamos apenas sob a ditadura do relativismo, mas também sob a ditadura das minorias. Basta que uma pessoa se sinta incomodada com os sinais religiosos para que ela imponha seus critérios individuais à maioria que pensa diferente”, criticou.
Valdemar, que por 15 anos foi diretor de comunicação da arquidiocese do México, disse que no país “a laicidade é forte no Estado, devido à influência desastrosa da Maçonaria”.
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O padre lamentou "a passividade das maiorias que não fazem nada diante da tirania das minorias" e disse que "se uma lei é injusta, não há dever moral de obedecê-la", portanto "a fé da maioria deve ser respeitada".
“Se as pessoas fossem consultadas, veríamos como a grande maioria é contra esse tipo de intolerância laicista que chega ao fanatismo e à cristãofobia”, disse.
Valdemar também destacou como a intolerância contra o cristianismo se torna mais evidente quando se celebram cerimônias pagãs.
"Por exemplo", lembrou, "quando o atual presidente (NdR: Andrés Manuel López Obrador) tomou posse, foram feitos ritos pré-hispânicos e xamânicos, e ninguém se escandalizou com a violação do Estado laico".
"Na verdade, o secularismo funciona como uma religião: tem seus ritos e dogmas que ninguém pode tocar ou questionar", denunciou.
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