A ADF Internacional exigiu que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) defendesse a liberdade religiosa na região, especialmente no México e na Nicarágua. ADF é uma organização de defesa jurídica da liberdade religiosa.

“A América Latina sofre abusos contra os direitos humanos na área da liberdade religiosa”, disse o diretor de defesa da ADF Internacional para a América Latina, Tomás Henriquez.

Na primeira audiência sobre liberdade religiosa na CIDH, Henriquez lamentou: "o que estamos vendo é um indicador da alarmante falta de respeito por este direito humano fundamental, com graves consequências não só para as pessoas de fé, mas para o futuro da democracia na região".

Na audiência de 29 de outubro, Henriquez exigiu que a Comissão tome medidas concretas contra as violações da liberdade religiosa.

A perseguição do governo nicaraguense contra a Igreja Católica

No dia 19 de agosto, a polícia prendeu dom Rolando Álvarez, bispo de Matagalpa, e o levou para Manágua, onde permanece em prisão domiciliar.

Junto com dom Álvarez foram presos os padres Ramiro Tijerino, José Luis Diaz, Sadiel Eugarrios e Raúl González, os seminaristas Darvin Leyva e Melquín Sequeira, e o cinegrafista Sergio Cárdenas, todos da diocese de Matagalpa. Eles estão na prisão El Chipote, em Manágua, conhecida como centro de tortura dos opositores do regime de Ortega. O padre Oscar Benavidez, da diocese de Siuna, também está preso lá.

A Nicarágua também expulsou as Missionárias da Caridade, fundadas por santa Teresa de Calcutá e as Religiosas da Cruz do Sagrado Coração de Jesus.

Para Henriquez, o que o governo nicaraguense está perpetrando é "uma das piores perseguições da história recente desde que o sistema de direitos humanos começou a existir".

O governo de Daniel Ortega, ex-líder guerrilheiro que acumula 29 nos no poder, também é responsável pelo fechamento de serviços sociais e 13 escolas paroquiais na diocese de Esteli.

Também causou o fechamento forçado e a expropriação da Universidade Católica Agrícola do Trópico Seco.

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Henriquez pediu à Comissão que adote "uma ação urgente" na Nicarágua.

As restrições no México

Henriquez também falou dos abusos contra a liberdade religiosa sofridos pela Igreja Católica no México, onde é ilegal que membros do clero falem publicamente sobre política há mais de um século.

Em 2022, os cardeais Juan Sandoval e Carlos Aguiar e os padres Ángel Espinosa de los Monteros e Mario Ángel Flores foram considerados culpados de violar o artigo 130 da Constituição mexicana, que reconhece "o princípio histórico da separação do Estado e das igrejas".

A este respeito, Henriquez disse que silenciar líderes religiosos “não só viola a liberdade religiosa e a liberdade de expressão, mas também é discriminatório, pois afeta um determinado grupo de pessoas por causa de sua religião”.

Para ele, a Comissão também deve atuar nesta situação, assim como enfrentar outras ameaças à liberdade religiosa contidas “nas constituições do México, Honduras, El Salvador e Costa Rica”.

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