Durante a entrevista coletiva concedida ontem (6) aos jornalistas que o acompanharam em sua viagem apostólica ao Bahrein, o papa Francisco falou sobre a Igreja na Alemanha e exortou os católicos a renovar a audácia apostólica baseada no Evangelho e "a partir do encontro com Jesus Cristo”.

Respondendo ao jornalista enviado pela agência católica KNA, Ludwig Ring-Eifel, o papa Francisco disse que "a Alemanha tem uma velha história religiosa ". Segundo o papa, "sua história religiosa é grande e complicada, de lutas".

“Eu digo aos católicos alemães: a Alemanha tem uma grande e bela Igreja Evangélica; eu não gostaria de outra, que não será (nunca) tão boa quanto essa; mas a quero católica, em fraternidade com a evangélica”, disse o papa. Às vezes "perdemos o sentido religioso do povo, do Santo Povo fiel de Deus, e caímos em discussões de ética, discussões de conjuntura, discussões que são consequências teológicas, mas não são o núcleo da teologia".

Por isso, exortou a buscar “o que pensa o Santo Povo fiel de Deus? Como o povo santo de Deus se sente? Ir até ele e procurar saber como se sente, aquela religiosidade simples, que você encontra nos avós”.

“Não estou dizendo para voltar atrás, não; mas à fonte de inspiração nas raízes. Todos nós temos uma história de raízes de fé; até mesmo os povos a têm: reencontrá-la”, convidou o papa.

Ele citou o poeta Friedrich Hölderlin em alemão com a frase Dass dir halte der Mann, was er als Knabe gelobt (o homem velho deveria cumprir o que prometeu quando criança), acrescentando que “nós, em nossa infância... prometemos muitas coisas, muitas coisas. Agora entramos em discussões éticas, em discussões conjunturalistas”.

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Francisco disse que "a raiz da religião é a bofetada no rosto que o Evangelho nos dá, o encontro com Jesus Cristo vivo: e dali as consequências, todas elas; dali a coragem apostólica, dali ir para às periferias, também as periferias morais do povo para ajudar; mas do encontro com Jesus Cristo” e concluiu dizendo que “se não houver o encontro com Jesus Cristo, haverá uma ética disfarçada de cristianismo”.

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