Apesar de sofrer com o racismo e a discriminação, Augustus Tolton, primeiro padre negro dos EUA, deixou um legado de esperança e amor a Deus.

O programa EWTN News Nightly entrevistou Michael O'Neill, produtor e apresentador de They Might Be Saints (Eles podem ser santos), para discutir a vida extraordinária de Tolton por ocasião dos 125 anos de sua morte.

O'Neill também falou sobre o impacto duradouro e a relevância da história de Tolton hoje, particularmente em um cenário social onde muitos ainda lutam contra os efeitos do racismo e da discriminação.

A infância de Tolton durante a Guerra Civil no início da década de 1860 foi tudo menos comum. Enquanto seu pai se juntou ao Exército da União durante a guerra, a mãe de Tolton, assim como ele e seus dois irmãos, começaram outra viagem por conta própria.

“O padre Augustus Tolton, 'Gus', como era chamado quando jovem, cresceu no Missouri e foi escravo”, disse O'Neill.

“Mas sua mãe, Martha Jane, levou-o junto com seus dois irmãos e atravessou o rio Mississippi em meio aos tiros dos soldados confederados... [Chegando] ao outro lado, eles chegaram a Quincy, Illinois, e foi lá que ele cresceu.

O'Neill contou como, enquanto estava em Illinois, Tolton frequentou a escola católica, onde se interessou pela ideia de se tornar padre. Finalmente, ele ficou sob a tutela de dois padres alemães locais.

No entanto, seu caminho para o sacerdócio não seria fácil, pois não era visto como candidato apto aos seminários nos EUA por causa da cor de sua pele.

 

“[Os padres] tentaram colocá-lo em todos os seminários nos EUA e ele foi recusado”, disse O'Neill.

“Ninguém nos EUA estava preparado para o primeiro padre afro-americano”, disse O’Neill. Mais tarde, Tolton foi enviado para a Sagrada Congregação para a Propagação da Fé em Roma. Enquanto estudava, o americano foi um seminarista muito popular e foi ordenado em 1886.

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Depois da ordenação, Tolton estava mais do que pronto para assumir o trabalho missionário na África.

No entanto, uma mudança de última hora levou Tolton de vota aos EUA.

“Ele acabou sendo mandado de volta para Quincy, Illinois, onde havia crescido, onde havia sido intimidado, onde não foi aceito… Assim, ele voltou para uma das paróquias mais difíceis de todas, o território de missão dos EUA”, disse O’Neill.

“O padre Tolton é um venerável… o que significa que sua vida de virtude heroica foi confirmada por Roma… o mais recente americano a receber essa honra, em 2019”, disse O'Neill.

"Sabemos que tinha muita fé, esperança e caridade... mesmo para aqueles que o odiavam, torturavam e perseguiam", acrescentou.

O'Neill disse que a persistência de Tolton em seguir seu chamado, apesar de enfrentar obstáculos e oposição de muitos lados, se destaca como uma das partes mais fascinantes de sua história de vida.

"Tenho certeza de que ele estava disposto a sair dos EUA, mas, depois, quando voltou ao lugar onde tinha tantas dificuldades, ele mostrou uma força incrível.... Ele é uma grande pessoa a quem podemos olhar como um modelo, como um intercessor, e talvez em breve o vejamos como um santo", concluiu O’Neill.

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