KIEV, 10 de nov de 2022 às 15:41
O superior-geral dos Frades Albertinos, Franciszek Grzelka, visitava a cidade de Zaporizhia, no sul da Ucrânia, quando um ataque de mísseis russos “atingiu o bairro onde se encontra a casa da Congregação”, destruindo um prédio e matando civis.
“Na última noite de nossa visita, testemunhamos disparos diretos de mísseis. Entre as duas e as três da manhã houve cerca de dez explosões no bairro onde se encontra a nossa casa, algumas bem estrondosas”, disse o irmão Franciszek Grzelka à fundação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN).
“As janelas e paredes da nossa casa tremeram. Mais tarde, soubemos que um edifício de sete andares nas proximidades foi destruído. Mais de uma dúzia de civis foram mortos e houve ainda cerca de 50 feridos”, acrescentou o religioso. “Houve vários alarmes antiaéreos durante o dia e a noite”.
“Os meus companheiros disseram-me que, nos dias anteriores à minha chegada, no outro lado da cidade, onde se encontra a Sopa dos Pobres, tinha havido ataques com mísseis e drones. Felizmente, nenhuma das pessoas necessitadas que vieram comer ficou ferida.”
Segundo o irmão Grzelka, a distribuição de comida no centro da cidade, de que ele participou durante sua visita, é frequentada regularmente por cerca de 1,3 mil pessoas. A maioria, mulheres com filhos, mas muitos homens também frequentam.
Em Zaporizhia há um grande grupo de deslocados das áreas do sul da Ucrânia ocupadas por tropas russas.
A cidade sofreu diversos ataques em outubro, quando as tropas russas redobraram os esforços para tomar a usina nuclear a mais de 80 quilômetros ao sul da cidade.
Embora os ataques continuem, o trabalho dos frades Albertinos não diminuiu e a distribuição de comida, por exemplo, vem reunindo cada vez mais pessoas, sinal do agravamento das condições de sobrevivência na região.
“Fazemos transportes uma vez por mês com dois caminhões pequenos. “Desde o início da guerra, o número de pessoas necessitadas aumentou muito. Antes, havia cerca de 150 pessoas que utilizavam os nossos serviços. Em maio, esse número cresceu e eram já 700 pessoas que vinham à nossa cantina e padaria”, disse o superior-geral.
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O carisma dos Albertinos é servir aos pobres, especialmente os sem-teto, procurando ajudá-los para que possam “encontrar um novo sentido em suas vidas”.
“Enquanto for possível, queremos permanecer perto do povo e agir de acordo com o nosso carisma para ajudar os necessitados, que são muitos neste momento”, disse o irmão Grzelka.
A congregação, fundada em 1888 por santo Alberto Chmielowski, tem 34 frades em seis casas na Polônia e na Ucrânia, com sua casa mãe em Cracóvia, Polônia. Na Ucrânia, a congregação está presente em Lviv e Zaporizhia.
A ACN apoia esta congregação há vários anos, fornecendo bolsas de estudo e suprimentos. Oferece também veículos para trabalhos de assistência e também na manutenção e reparação dos seus edifícios.
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