MONTEVIDÉU, 12 de dez de 2005 às 13:21
O Bispo de San José de Mayo, Dom Pablo Galimberti, pronunciou-se sobre o recente achado dos corpos de alguns desaparecidos durante a ditadura militar, e pediu fazer desta situação um passo “para uma reconciliação do país”.
Recentemente se localizou uma fossa comum com ossos humanos em terrenos que pertencem à Força Aérea Uruguaia e o Exército.
Através de um comunicado, o Prelado assinalou que este fato, que sacudiu à sociedade uruguaia, é para uns algo que deveria ser esquecido, para os familiares são “momentos longamente esperados”, enquanto que outros tratam de aproveitá-lo por raões políticas.
Acrescentou que desde algumas hierarquias militares se “chegou a pronunciar a expressão ‘nunca mais’, como uma atitude ética diante destes sucessos onde eles tiveram uma direta responsabilidade”.
“Nós preferimos, nesta ocasião, olhar o que está acontecendo, desde o ângulo da família e desde os passos para uma reconciliação do país”, afirmou.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Dom Galimberti indicou que este achado “é um legítimo direito” dos familiares. Entretanto, esclareceu que “isto não esgota o tema”, porque a pergunta é “que atitude assumir frente a estes achados?”
“É preciso uma aproximação distinta, nova, com ânimo reconciliador que simbolize como um abraço amplo e magnânimo estendido para todos os rincões e setores do país. Porque hoje seguem sendo muitos os excluídos em nosso território”, explicou.
O Prelado reconheceu que existem ações que não poderão ser esquecidas jamais enquanto vivam as pessoas diretamente implicadas. Entretanto, disse que não se pode culpar à história ou a outros, nem a “forças anônimas dos destinos ocultos”; porque “sempre detrás dos fatos há sujeitos livres e responsáveis, que embora atuaram em tempos escuros, podem entretanto, refazer sua história e reconhecer as ofensas”.