Vaticano, 21 de nov de 2022 às 15:58
O Papa Francisco recebeu no sábado (19) no Vaticano Mar Awa III, Católicos-Patriarca da Igreja Assíria do Oriente, a quem expressou seu desejo de “encontrar uma data comum para os cristãos celebrarem juntos a Páscoa”.
Na audiência no Palácio Apostólico do Vaticano, o papa Francisco disse que “2025 é uma data importante: celebramos o aniversário do primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia”.
“Mas é também uma data importante porque nesse ano celebraremos a Páscoa na mesma data”, disse o papa Francisco.
“Portanto, tenhamos a coragem de acabar com esta divisão, que às vezes nos faz rir... ‘O seu Cristo quando ressuscita? O seu Cristo quando ressuscita?’ Não. O sinal é um só Cristo para todos nós”, disse o papa.
É preciso sermos “corajosos e buscarmos juntos: Eu estou disposto - mas, eu não, a Igreja Católica está disposta a seguir o que são Paulo VI disse”. Ele os exortou a decidir uma data que a Igreja Católica aceitará depois.
O Primeiro Concílio de Nicéia, no ano 325, decidiu que a Páscoa seria celebrada no primeiro domingo após a lua cheia do início da primavera, de modo que a data mais próxima possível para a Páscoa é 22 de março e a mais tardia é 25 de abril.
Hoje, os cristãos ortodoxos usam o calendário juliano para calcular a data da Páscoa, em vez do calendário gregoriano, que foi introduzido em 1582 e é usado na maior parte do mundo.
O calendário juliano calcula um ano um pouco mais longo e atualmente está 13 dias atrasado em relação ao calendário gregoriano.
“Atrevo-me também a expressar um sonho: que a separação com a amada Igreja Assíria do Oriente, a primeira duradoura na história da Igreja, possa também ser - se Deus quiser - a primeira a ser resolvida”, disse o papa.
Ele disse que “o clero e os fiéis das nossas Igrejas procuram oferecer um testemunho comum do Evangelho de Cristo em condições difíceis, e já experimentam uma comunhão quase completa em muitos lugares”.
“Isto está certo e esta situação é um sinal dos tempos, um forte apelo para que rezemos e trabalhemos intensamente para preparar o tão esperado dia em que poderemos celebrar juntos a Eucaristia, a Santa Qurbana, no mesmo altar”, disse o papa.
Para o papa Francisco, isso significaria “a realização da unidade de nossas Igrejas, uma unidade que não é nem absorção nem fusão, mas comunhão fraterna na verdade e no amor”.
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O líder espiritual dos cristãos ortodoxos orientais do mundo, o patriarca Bartolomeu de Constantinopla, também confirmou seu apoio à busca de uma data comum para celebrar a Páscoa.
Segundo o Vatican News, o patriarca é a favor de fixar essa data comum para o ano de 2025, que marcará o os 170 anos do Primeiro Concílio Ecumênico de Nicéia.
O arcebispo ortodoxo Job Getcha de Telmessos também já havia sugerido que 2025 seria um bom ano para introduzir a reforma do calendário.
Os mártires do Oriente Médio
Durante a audiência com Mar Awa III, Francisco recordou também a “imensa dor e o testemunho de numerosos mártires”.
“Infelizmente, o Oriente Médio continua ferido por tanta violência, instabilidade e insegurança, e muitos de nossos irmãos e irmãs na fé tiveram que deixar suas terras”, lamentou o papa.
O papa Francisco pediu que os cristãos do Oriente Médio possam usufruir de seus direitos, “em particular a liberdade religiosa e a plena cidadania”.
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— ACI Digital (@acidigital) November 21, 2022