BELÉM, 30 de nov de 2022 às 13:23
O arcebispo de Belém (PA), dom Alberto Taveira, disse hoje (30) que os processos contra ele por acusação de assédio e abuso sexual foram encerrados por todas as autoridades competentes, sem ter “qualquer indício de culpabilidade”. Em 2020, o arcebispo tinha sido acusado por quatro ex-seminaristas de assédio e abuso sexual. O caso teve grande repercussão nacional, com reportagens nas principais emissoras de televisão do Brasil.
“Estes últimos dois anos foram de muito sofrimento, profunda oração e perseverante confiança na Providência Divina e na justiça de Deus, como foi demonstrado na análise, conclusão e declaração da minha inocência ante as calúnias levantadas contra a minha honra”, afirmou dom Taveira em um pronunciamento publicado hoje pela arquidiocese de Belém.
Em janeiro de 2021, reportagem do programa ‘Fantástico’, da TV Globo, apresentou relatos de quatro ex-seminaristas da arquidiocese de Belém que narraram em detalhe como teriam sido os supostos abusos cometidos pelo arcebispo. Segundo a reportagem, os casos de abuso e assédio moral e sexual teriam acontecido entre 2010 e 2014, quando os acusadores tinham entre 15 e 18 anos. Os ex-seminaristas já tinham procurado a Polícia Civil e o Ministério Público em agosto de 2020. As denúncias ganharam repercussão em vários veículos da mídia nacional.
Na época, o advogado de dom Taveira, Roberto Lauria, disse que os acusadores eram “um grupo de pessoas que têm um profundo recalque, um profundo sentimento de vingança por dom Alberto”, por causa de sua “gestão austera”. Segundo ele, são pessoas que “foram afastadas do seminário por comportamento incompatível com a vida religiosa”.
Em seu pronunciamento de hoje, dom Taveira contou que “há pouco mais de um ano” recebeu a “decisão de arquivamento de todos os procedimentos levados a efeito junto às autoridades públicas competentes, após uma longa e dolorosa investigação”. Segundo ele, durante esse processo civil, “foram ouvidas muitas pessoas, com a comprovação da falta de provas” contra ele.
Entretanto, o processo canônico na Santa Sé ainda estava em andamento e, “no dia 28 de outubro de 2022, foi assinada a sentença definitiva por parte do Colégio Judicante constituído no Brasil pela Sé Apostólica”. Os juízes concluíram que não há “qualquer indício de culpabilidade” nos atos do arcebispo.
Dom Taveira disse que, no dia 26 de novembro, recebeu “o documento, confirmando a sentença assinada aqui no Brasil e declarando encerrado definitivamente o referido processo”.
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“Quero agradecer-lhes, porque durante este período muitos estiveram rezando e acreditando fielmente na verdade inspirada por Deus. Foram milhares de mensagens que recebi de tantos lugares do Brasil e do mundo de carinho e muitas orações. Rezem comigo em ação de graças por este momento que Deus preparou de forma especial para nós”, afirmou o arcebispo.
Além disso, pediu orações “pelas pessoas que utilizaram de tamanha maldade contra nossa Igreja”. “Deus lhes conceda o perdão e a paz, e a todos nós, a maturidade espiritual para sermos capazes de sempre preservar a Caridade e a Comunhão Fraterna”, acrescentou.
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