Pedro Castillo foi destituído da presidência do Peru por causa de uma tentativa de ‘autogolpe’ de estado. O Congresso do Peru aprovou a destituição por 101 votos a favor, 6 contra e 10 abstenções.

A vice-presidente, Dina Boluarte, tomou posse e é a primeira mulher presidente da história do Peru. Ela está sendo investigada por corrupção.

Castillo deixou o Palácio do Governo à tarde, ficou sob custódia policial na Prefeitura de Lima e depois foi transferido para a sede da unidade de elite da Polícia Nacional, onde está preso.

O arcebispo de Piura e Tumbes, Dom José Antonio Eguren Anselmi, repudiou o "autogolpe" de Pedro Castillo Terrones, que decretou ontem (7) estado de exceção e a dissolução do Congresso.

O anúncio de Castillo veio horas antes de o Congresso votar a moção de impeachment por incapacidade moral.

"Em resposta à reivindicação dos cidadãos em todo o país, tomamos a decisão de estabelecer um governo de emergência com o objetivo de restaurar o estado de direito e da democracia", disse Castillo em mensagem à nação.

Além da dissolução do Congresso e do estado de exceção, Castillo disse que governaria por meio de decretos e estabeleceu toque de recolher das 22h às 4h.

Após a mensagem, vários parlamentares e instituições como o Júri Nacional Eleitoral, a Controladoria Geral da República se manifestaram contra as medidas de Castillo. Ao menos oito ministros de Estado renunciaram.

O anúncio de Castillo ocorre em meio a uma série de acusações de corrupção contra ele, envolvendo familiares do presidente.

“Estamos diante de um inegável golpe de Estado, frente a um governo ditatorial”, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, o arcebispo de Piura e Tumbes, dom José Antonio Eguren.

"Estou confiante de que todos os democratas rejeitarão firmemente este ato usurpador de poder e farão cumprir a ordem constitucional", acrescentou.

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“Nas vésperas da solenidade da Imaculada Conceição, convido todos os católicos a elevar as nossas orações à Santíssima Mãe de Deus e nossa para proteger o nosso país e mantê-lo na paz e na liberdade”, concluiu o arcebispo.

A Conferência Episcopal do Peru pede a unidade nacional

Os bispos do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Peruana (CEP) emitiram um comunicado no qual repudiam "enérgica e absoluta, a ruptura da ordem constitucional".

O comunicado cita o artigo 46 da Constituição que diz que "ninguém deve obediência a um governo usurpador ou àqueles que assumem funções públicas em violação à Constituição e às leis".

A conferência episcopal apela “para que as instituições tutelares do país assumam plenamente suas funções constitucionais de proteção e salvaguarda da democracia, garantindo, preservando e restabelecendo a ordem pública e constitucional, tornando efetivas as responsabilidades da lei”.

Por fim, faz um chamado à “unidade nacional, mantenham a calma e ponham fim a qualquer forma de violência e violação dos direitos fundamentais dos cidadãos”.

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