Roma, 15 de dez de 2022 às 15:44
Apesar das medidas cautelares impostas pela Companhia de Jesus ao padre Marko Rupnik, acusado de ter abusado de ao menos nove religiosas e ter sido excomungado por confessar uma cúmplice, ele continua participando de atos públicos.
O Pontifício Ateneu Regina Apostolorum publicou ontem (14) em sua página oficial do Facebook (excluída hoje, 15 de dezembro), uma mensagem informando que o padre Rupnik foi moderador da apresentação de uma tese na Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, confiada aos jesuítas.
O comunicado oficial da Companhia de Jesus publicado em 2 de dezembro estabelece que o padre Rupnik está proibido de “exercer atividades públicas sem a permissão de seu superior local”.
O padre jesuíta Johan Verschueren disse hoje (15) à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que as medidas impostas ao padre “são literalmente aquelas que foram comunicadas no comunicado de 2 de dezembro”.
“O ponto fraco delas é a interpretação do superior local. Por isso as últimas aparições públicas do padre Rupnik foram de acordo com as medidas. O superior Local as permitiu”, disse Verschueren, conselheiro geral e delegado para as Casas e Obras Interinspetoriais da Companhia de Jesus em Roma. “Estamos conscientes desse problema e estamos sinceramente incomodados com isso”.
“É óbvio que temos que ajustar o ponto fraco das medidas tal e como foram colocadas no decreto anterior, estamos trabalhando nisso”, disse.
O provincial dos jesuítas na Eslovênia é o padre Miran Žvanut, que em declaração de 6 de dezembro disse que as informações publicadas sobre o caso Rupnik são falsas.
Ele também disse que, como o padre Marko Ivan Rupnik vive fora da Eslovênia há mais de 20 anos, como provincial ele não está “diretamente envolvido nessa investigação”.
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Até o momento, a Companhia de Jesus não confirmou à ACI Prensa se o padre Rupnik depende do padre Miran Žvanut ou se, pelo contrário, está sob a supervisão de outra autoridade em Roma.
Desde que o Dicastério para a Doutrina da Fé encarregou a Companhia de Jesus de uma investigação preliminar sobre as acusações contra o padre Rupnik, os jesuítas teriam tomado medidas cautelares contra o padre e artista.
Essas restrições incluíam a "proibição do exercício do sacramento da confissão, da direção espiritual e do acompanhamento dos Exercícios Espirituais", assim como a proibição de participar de atividades públicas.
Além do evento publicado pelo Pontifício Ateneo Regina Apostolorum, o Santuário da Santa Casa de Loreto, Itália, programou que o padre Marko Rupnik pregue Exercícios Espirituais de 13 a 17 de fevereiro de 2023. Este programa ainda não foi alterado.
Rupnik continuou publicando mensagens através do canal de seu Centro Alleti no YouTube. A mais recente delas é de 8 de dezembro.
Padre artista jesuíta esteve excomungado por absolver cúmplice em confissão, diz superior dos jesuítas https://t.co/ZqzQs1tmXc
— ACI Digital (@acidigital) December 15, 2022