Há 40 anos, a colecionadora Conceição Formiga guarda terços e presépios. Este ano, ela decidiu doar toda a sua coleção para a diocese de Imperatriz (MA). São 1002 terços e 350 presépios. A iniciativa fez a diocese antecipar um projeto que já existia e abrir um museu de arte sacra. O espaço foi inaugurado na terça-feira (20).

Segundo a assessoria de comunicação da diocese de Imperatriz, “o desejo de Conceição Formiga de doar toda a coleção de terços e presépios para a igreja” impulsionou a diocese transformar o espaço da livraria da catedral de Nossa Senhora de Fátima, localizada no centro de Imperatriz (MA) em “um museu de artes sacras da diocese”.

A assessoria disse a ACI Digital que as primeiras peças do museu são as de Conceição, mas para 2023, “a ideia” é ampliar a “parte superior da catedral para expor muitas outras peças” e, assim, o museu “ganhará mais espaço e peças”, ampliando a exposição.

O bispo de Imperatriz, dom Vilsom Basso, disse que a inauguração “é o primeiro passo” e, “com a revitalização da catedral”, a diocese fará “o segundo passo do museu de arte sacra, com doações do povo, de oratórios, de imagens, de objetos familiares e de toda a história da igreja católica desta região”.

“Vai ser um museu permanente guardando a memória de Conceição e guardando a história religiosa do nosso povo. Como bispo diocesano, estou profundamente feliz de dar na semana de Natal esse presente ao povo de Imperatriz e região”, disse o bispo na inauguração.

A assessoria de comunicação disse a ACI Digital que Conceição decidiu doar sua coleção para a diocese de Imperatriz porque “todas essas peças deveriam ficar guardadas em um local seguro”. Além disso, estando no recém-inaugurado museu da diocese, seria possível mostrar esses “símbolos da fé católica” a todos.

Entre os 1002 terços doados por Conceição ao museu, há peças “feitas de barro, papel, madeira e material reciclado, terços simples e sofisticados”. Alguns vieram de “vários países e de todas as regiões do Brasil”, outros foram doações de terços ganhos dos “papas João Paulo II, Bento XVI e Francisco”, disse a diocese.

Conceição Formiga contou a ACI Digital que “cada terço tem um significado, uma história e um valor sentimental”, mas, “dois deles em especial têm uma importância imensurável”, um que foi usado por sua mãe e outro que havia ganhado de “um grupo folclórico” durante suas visitas a Aparecida (SP), “na época em que a basílica ainda estava em construção”.

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No dia da inauguração do museu de arte sacra, Conceição contou que tinha “um rosário com 140 anos” que foi da sua bisavó e outro “com mais de 100” que havia ganhado de sua sogra. 

Sobre os presépios, Conceição ainda declarou que era “difícil dizer qual o mais significativo”, mas se recordava muito de um presépio com nove peças que ganhou de um amigo de Imperatriz que foi a África. “Ele é todo em madeira marrom e os rostos são de ébano, daquela madeira negra lá da África”, disse.

 

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