Vaticano, 5 de jan de 2023 às 15:25
Bento XV I “morreu na oitava de Natal, seu tempo litúrgico preferido, no dia de um de seus antecessores, São Silvestre, Papa sob o Imperador Constantino”, disse o secretário pessoal de Bento XVI, arcebispo Georg Gänswein, em entrevista ao Vatican News ontem (4).
A oitava do Natal é celebrada na Igreja de 25 de dezembro a 1º de janeiro, dia em que é celebrada a Solenidade de Maria Mãe de Deus.
O arcebispo disse também que Bento XVI foi “eleito na data em que se comemora a memória de um papa alemão, são Leão IX, da Alsácia; e morreu no dia de um papa romano, são Silvestre”.
Assim que ocorreu a morte do papa, o arcebispo alemão disse aos presentes que ligaria imediatamente para o papa Francisco, para que ele fosse “o primeiro a saber. Liguei para ele e ele disse: 'Estou indo agora!'”
“Quando chegou, eu o acompanhei até o quarto onde ele morreu e disse a todos: ‘Fiquem’. O papa saudou, eu lhe ofereci uma cadeira, ele se sentou ao lado da cama e rezou. Deu a bênção e depois se despediu. Isto aconteceu no dia 31 de dezembro de 2022”, contou o secretário de Bento XVI.
Os últimos momentos de Bento XVI
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Dom Gänswein contou que não ouviu as últimas palavras de Bento XVI: “Senhor, eu te amo!”, mas uma enfermeira lhe contou, que as ouviu por volta das 3h de 31 de dezembro.
“Normalmente, rezávamos as laudes ao lado de sua cama: também naquela manhã, eu disse ao Santo Padre: "Vamos fazer como ontem: eu rezo em voz alta e o senhor se une espiritualmente". Com efeito, ele não tinha mais condições de rezar em voz alta, estava realmente fatigado. Naquele momento ele apenas abriu um pouco os olhos - tinha entendido a pergunta - e acenou com a cabeça sim. Então, eu comecei”, contou o arcebispo.
“Por volta das 8 horas, ele começou a respirar cada vez com mais dificuldade. Havia dois médicos no quarto, o dr. Polisca e um reanimador, e me disseram: "Tememos que esteja chegando o momento dele enfrentar a sua última luta terrena”. Chamei as consagradas “Memores” e também a irmã Brígida, disse-lhes para virem porque ele estava em agonia. Naquele momento, ele estava lúcido”, continuou Gänswein.
“Eu havia preparado com antecedência as orações de acompanhamento para o moribundo, e rezamos por cerca de 15 minutos, todos juntos, enquanto Bento XVI respirava cada vez com mais dificuldade, víamos que ele quase não conseguia respirar bem. Então olhei para um dos médicos e perguntei: "Mas, ele está em agonia?” Ele me respondeu: “Sim, já começou, mas não sabemos quanto tempo dura”, contou dom Gänswein.
Gänswein disse finalmente que as orações continuaram “às 9h34 da manhã ele deu seu último suspiro. Então continuamos as orações não mais pelos moribundos, mas pelos mortos. E concluímos cantando Alma Redemptoris Mater”.