A SBM Intelligence, uma das principais empresas de consultoria investigativa da Nigéria, revelou que pelo menos 39 padres foram mortos e outros 30 sequestrados em 2022.

No relatório intitulado "Ataques a padres", publicado ontem (23), foi registrado um total de 145 padres católicos feridos no ano passado.

“2022 foi um ano terrível para o clero. Ninguém sofreu mais do que os padres, que em determinado momento foram submetidos a sequestros quase diários com pedidos de resgate de cerca de 50 milhões de nairas (US$ 109 mil) cada", disse o relatório.

"Embora houvesse temores de que os sequestros fossem uma perseguição à fé cristã, o imperativo financeiro dos sequestros ofuscou um pouco essas preocupações", acrescentou o relatório.

A SBM Intelligence disse que 28 dos assassinatos foram cometidos por sequestradores, três por pastores da etnia fulani, muçulmana, dois pelo povo indígena de Biafra, uma região separatista, dois pelo grupo terrorista muçulmano Boko Haram e um por bandidos.

O assassinato mais recente de um clérigo católico aconteceu em 15 de janeiro, quando um grupo de terroristas matou o padre Isaac Achi, da paróquia de São Pedro e São Paulo, em Kafin-Koro, no estado do Níger.

O padre Achi foi queimado vivo em sua residência nas primeiras horas da manhã.

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Segundo a polícia local, os terroristas atearam fogo ao prédio após não conseguirem arrombar a residência. Além disso, atiraram contra outro padre que tentava fugir.

Cinco dias depois, homens armados sequestraram o catequista Cephas Isaiah, da igreja de Santa Mônica, na região de Kauru, estado de Kaduna.

A Nigéria tem lutado contra uma onda de violência orquestrada por gangues. Criminosos realizam ataques indiscriminados, sequestros para pedir resgate e assassinatos.

O país também sofre com a insurgência do grupo terrorista muçulmano Boko Haram desde 2019. O grupo quer transformar a Nigéria, que tem cerca de 50% de muçulmanos, em um Estado islâmico.

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