MADRI, 7 de fev de 2023 às 13:02
Para Bento XVI, “a adoração [eucarística] é vida porque sua vida realmente foi uma adoração”, disse em entrevista à EWTN News o padre espanhol da arquidiocese de Toledo, Espanha, e ex-funcionário da Santa Sé, monsenhor Alberto José González.
O monsenhor González disse que o papa Bento XVI colocava em primeiro lugar “a primazia e o papel absoluto de Deus” e a necessidade de que os homens se voltem para Ele.
O padre espanhol, nomeado capelão do papa em 2011, contou que Bento XVI considerava a adoração como "uma transformação com aquele com quem nos fundimos" por meio da comunhão na missa.
Por isso, o também doutor em Teologia Espiritual falou do cuidado com que Bento XVI rezava a missa.
“Você tinha que vê-lo celebrar a Santa Missa. Com que unção, com que delicadeza, com que zelo visível fazia as genuflexões aos seus mais de 80 anos”, disse.
Ele também falou da importância que atribuía a receber a comunhão de joelhos e na boca como forma de enfrentar “a dessacralização, ou mesmo a protestantização da Eucaristia, de que falava são João Paulo II na sua encíclica Ecclesia de Eucharistia”.
O padre, autor de livros espirituais como’ Jesus Eucaristia. Compreendem o que eu fiz com vocês?’, disse que Bento XVI “inaugurou e endossou um novo formato para a Jornada Mundial da Juventude”(JMJ) no qual o protagonista não é o papa ou os jovens, mas Jesus.
Esse protagonismo foi refletido em uma história ocorrida durante a JMJ em Madri, Espanha, quando a programação do papa foi suspensa por alguns minutos devido a um forte "furacão" que soprou em Quatro Ventos, local onde foi celebrada a missa de encerramento do evento.
“Ele preferiu omitir o discurso que havia preparado para os jovens para não suprimir a adoração eucarística. E lá ficou mais meia hora, prostrado diante da magnífica custódia de Arfe da Catedral de Toledo”, disse.
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González disse que a custódia “foi movida naquela ocasião para tornar visível e apresentar melhor a soberana importância da Eucaristia, para a qual o homem não fez um objeto de barro ou madeira, mas de ouro e pedras preciosas”.
Ele disse que com esta custódia a Igreja, sem abandonar os pobres, quis dar a Deus o melhor que tinha.
"Bento XVI ficava muito interessado em tudo isso – disse González –, mas não como uma encenação nostálgica ou estética, mas para colocar no centro da Igreja aquele que é verdadeiramente o seu centro", ou seja, "Jesus, morto e ressuscitado, vivo com o coração palpitante, presente na Eucaristia que pede a nossa adoração”.
“Por isso digo que em Bento XVI a adoração, mais que um ensinamento ou um compromisso, é vida”, concluiu.
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