CARACAS, 10 de jan de 2006 às 12:18
O Presidente da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV), Dom Baltazar Porras Cardozo, afirmou que “um país plural requer também de uma dirigência política e social plural, consciente de seu papel promotor na sociedade”. Durante a inauguração da 85º Assembléia Ordinária do Episcopado, o Prelado se referiu à nova configuração da Assembléia Nacional, formada por 167 deputados oficialistas que resultaram eleitos em 4 de dezembro ante o retiro dos partidos de oposição e com uma abstenção de 74,7 por cento dos eleitores.
Esta nova Assembléia, indicou, “coloca um interrogante em face da paz e ao requerimento constitucional da participação – nem tanto ter parte como tomar parte - dos venezuelanos: a capacidade de legislar representando a todos, tomando em conta a todos e para benefício de todos. Não para suplantar nem impor, mas para escutar e incluir”.
Do mesmo modo, recordou que o ano 2006 será para o país “um ano crucial e inédito em muitos aspectos”, como as eleições presidenciais. Nesse sentido, chamou a renovar o sistema eleitoral a fim de lhe dar legitimidade e credibilidade, “em particular do Conselho Nacional Eleitoral”, mediante acordos que permitam “igualdade de condições para todas as partes” já que “o bem da democracia urge uma resposta consensual”.
Receba as principais de ACI Digital por WhatsApp e Telegram
Está cada vez mais difícil ver notícias católicas nas redes sociais. Inscreva-se hoje mesmo em nossos canais gratuitos:
Dom Porras também chamou a discernir entre o que convém e não convém ao país, porque “em uma sociedade dividida, enfrentada, fraturada como a nossa” existe a necessidade de “procurar pontes que unam e que superem os fundamentalismos e fanatismos”.
“O povo sente desconfiança e desengano das promessas políticas. Estar à altura das circunstâncias exige visão clara, desprendimento, coragem e propostas sinceras e acessíveis tanto em quem detém o poder como em quem aspira a conduzi-lo”, afirmou.
Finalmente, o Presidente do Episcopado expressou que “os bispos têm a responsabilidade de alentar e urgir as convicções democráticas em todos os setores e bandos”. Disse que o autêntico diálogo e o afastamento de todo fanatismo estéril, é tarefa de todos os fiéis.