A imprensa italiana relatou que no domingo (5), o padre Marko Rupnik, jesuíta esloveno acusado de abusar sexualmente de freiras, concelebrou uma missa em uma basílica de Roma, apesar de estar sob restrições.

Segundo o blog Silere Non Possum e o jornal italiano Domani, Rupnik teria participado de uma cerimônia às 9h (hora local) na basílica de Santa Prassede em Roma, junto à comunidade do Centro Aletti.

Segundo os meios de comunicação mencionados, Rupnik concelebrou a missa no domingo (5) no altar vestido com paramentos sagrados.

O padre jesuíta argentino Matías Yunes, também ligado ao Centro Aletti, fez a homilia e entre os presentes estavam membros do grupo denominado “Amigos do Centro Aletti”

Entre eles estavam a diretora do Centro, Maria Campatelli, e o padre jesuíta Milan Zust, que foi superior do padre Rupnik de 2004 a 2017.

O padre Johan Verschueren, superior do padre Marko Rupnik, disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que Rupnik está autorizado a "concelebrar missas no contexto do Centro Aletti", escola de arte sacra que o padre e artista fundou em Roma e “que é seu círculo íntimo, sua comunidade”. Embora a cerimônia tenha sido para membros do Centro Aletti, foi pública e em uma basílica de Roma o que teria violado as restrições impostas pela Companhia de Jesus. Verschueren disse à ACI Prensa que ainda não pôde comprovar a notícia e que prefere "não fazer julgamentos sobre coisas das quais não tenho certeza absoluta".

Segundo o padre Verschueren, “quando ocorrem violações das medidas, entra em ação um processo de demissão por motivos de desobediência”.

“Trata-se de um procedimento que envolve várias etapas (e tempo), e os atos de desobediência devem ocorrer várias vezes seguidas, antes que possa acontecer a demissão”, disse. “Não permitimos transgressões”.

Embora a Companhia de Jesus soubesse da denúncia de abuso sexual e da confissão de uma vítima que levou o padre Rupnik ao estado de excomunhão, ele continuou tendo permissão para aparecer em público.

O jornal Domani noticiou que no dia 22 de janeiro o padre Rupnik esteve na basílica de São João de Latrão, em Roma, explicando a um grupo de visitantes os mosaicos que havia feito na capela do pontifício seminário maior. A Companhia de Jesus não confirmou ou desmentiu esta informação até o momento.

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O Centro Aletti divulgou uma "carta aos amigos" no dia 28 de fevereiro, na qual diz que, enquanto se espera que a verdade sobre as acusações contra o padre Rupnik "seja revelada", o trabalho eclesial e artístico da instituição não para.

Medidas contra o padre Rupnik

A Companhia de Jesus anunciou na última terça-feira, 21 de fevereiro, restrições "mais rígidas" contra o padre Marko Rupnik.

As novas restrições estão em um comunicado da Delegação para as Casas e Obras Interprovinciais Romanas da Companhia de Jesus (DIR), que é a autoridade sobre o padre Rupnik, após receber denúncias sobre acontecimentos que teriam acontecido em meados de 1980 a 2018, sem especificar quantas são.

Perante este procedimento e "de forma cautelar", o padre Verschueren tornou "mais rígidas as normas restritivas a seu respeito, proibindo-o, por obediência, de qualquer exercício artístico público, especialmente em estruturas religiosas (tais como igrejas, instituições, oratórios e capelas, casas de exercícios ou de espiritualidade)”.

Esta restrição se soma às que já estão em vigor: “proibição de qualquer atividade ministerial e sacramental pública, proibição de comunicação pública, proibição de sair da Região do Lácio”.

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