A Santa Sé informou no sábado (18) que o encarregado de negócios da nunciatura apostólica na Nicarágua, monsenhor Marcel Diouf, deixou o país centro-americano, fechando assim a sede diplomática a pedido do regime de Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma mais de 29 anos no poder do país.

“Ontem, 17 de março, o encarregado de negócios, a.i., da nunciatura apostólica na Nicarágua, monsenhor Marcel Diouf, deixou o país e mudou-se para a Costa Rica. O fechamento da Sede Diplomática ocorreu após pedido do governo nicaraguense, datado de 10 de março de 2023", disse a agência oficial de notícias da Santa Sé, Vatican News, no sábado.

O Vatican News disse que "a custódia da sede da nunciatura apostólica e de seus bens foi confiada, de acordo com a Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas, à República Italiana".

“Antes de sua partida, monsenhor Diouf foi saudado por representantes diplomáticos acreditados na Nicarágua da União Europeia, Alemanha, França e Itália”, acrescentou.

Diouf foi o último funcionário da Santa Sé na Nicarágua e assumiu o cargo de gerente de negócios depois que o governo de Daniel Ortega expulsou o núncio apostólico, dom Waldemar Stanislaw Sommertag, em março de 2022.

Em 12 de março, o Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua informou que estava considerando suspender as relações diplomáticas com a Santa Sé.

Isso ocorreu dois dias após a publicação de uma entrevista com o papa Francisco, na qual ele criticou duramente o regime de Daniel Ortega, onde a Igreja Católica é perseguida, e o comparou à “ditadura comunista de 1917 ou à ditadura de Hitler de 1935”.

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Na entrevista, o papa também falou do bispo de Matagalpa, dom Rolando Álvarez, condenado a 26 anos de prisão por suas opiniões contra o regime. “Um homem muito sério, muito capaz. Ele quis dar seu testemunho e não aceitou o exílio", disse o papa Francisco.

Sobre Daniel Ortega, o papa disse que, “com muito respeito, não me resta que pensar em um desequilíbrio da pessoa que lidera” a Nicarágua.

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