O arcebispo de Manágua, cardeal Leopoldo Brenes Solórzano, não quis comentar o anúncio do governo da Nicarágua sobre a possível ruptura das relações diplomáticas com a Santa Sé.

“São termos que não conheço. Já ouvi alguns que dizem rompimento, outros que dizem apenas suspensão”, disse o cardeal à agência de notícias Associated Press na sexta-feira (17). "Então, eu não quero me meter em problemas, porque são questões de direito e são questões de Estado, de relações estatais".

“Como eu não tenho conhecimento profundo, é melhor ficar calado”, concluiu o cardeal Brenes.

No sábado (18), a Santa Sé informou que o encarregado de negócios da nunciatura apostólica na Nicarágua, monsenhor Marcel Diouf, deixou o país centro-americano, fechando a sede diplomática a pedido do regime de Daniel Ortega, ex-guerrilheiro de esquerda que soma mais de 29 anos no poder do país.

Diouf foi o último funcionário da Santa Sé na Nicarágua e assumiu o cargo de gerente de negócios depois que o governo de Daniel Ortega expulsou o núncio apostólico, dom Waldemar Stanislaw Sommertag, em março de 2022.

Em 12 de março, o Ministério das Relações Exteriores da Nicarágua informou que estava considerando suspender as relações diplomáticas com a Santa Sé.

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Isso ocorreu dois dias após a publicação de uma entrevista com o papa Francisco, na qual ele criticou duramente o regime de Daniel Ortega, onde a Igreja Católica é perseguida, e o comparou à “ditadura comunista de 1917 ou à ditadura de Hitler de 1935”.

Sobre Daniel Ortega, o papa disse que, “com muito respeito, não me resta que pensar em um desequilíbrio da pessoa que lidera” a Nicarágua.

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