LAHORE, 24 de mar de 2023 às 15:39
No dia 15 de março foi o oitavo aniversário dos ataques aos cristãos no Paquistão, nos quais Akash Bashir, o primeiro servo de Deus do Paquistão, deu sua vida para evitar que mais pessoas morressem. Agora outros jovens o veem como um modelo a seguir e as minorias religiosas o admiram.
Uma nota publicada pela agência Fides, serviço noticioso das Pontifícias Obras Missionárias, conta que Bashir não teve uma vida fácil. Ele nasceu numa família pobre, com falta de boa nutrição, teve dificuldades para aprender a falar e andar até os quatro anos de idade, e foi gago por um tempo.
Passou por várias escolas, porque tinha dificuldades nos estudos, até ser acolhido pelos salesianos no Centro Técnico e Juvenil Dom Bosco. Lá, ele se destacava por sua prática de fé e caridade.
Bashir é lembrado como alguém sorridente, simples e respeitoso. Naveed, um oftalmologista muçulmano, conta que “sempre que via um pobre, ficava triste; se ele não tivesse nada para oferecer ou doar, ele rezaria por eles. Embora às vezes sentisse fome, costumava dar sua comida aos outros”.
Ele sempre rezava na paróquia em frente a imagem de Nossa Senhora, rezava o terço com a comunidade e participava de peregrinações a um santuário mariano.
Aos poucos, cultivou uma vida comprometida com a fé e se juntou a um grupo de voluntários de segurança para vigiar a entrada da paróquia de São João.
Em 15 de março de 2015, Akash Bashir descobriu que uma pessoa, que queria entrar no templo, tinha explosivos debaixo da roupa. Ele tentou impedi-la de avançar, mas não conseguiu convencer o terrorista a desistir.
Então Akash o abraçou com força e disse: "Eu vou morrer, mas não vou deixar você entrar na igreja." O atacante ativou a bomba e ambos morreram. Seu ato evitou que centenas de pessoas morressem durante a missa.
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Segundo o padre Pierluigi Cameroni, postulador geral dos salesianos, “com a sua morte, este jovem servo do Evangelho ensina que a glória do Céu, a glória que dura toda a vida e até a vida eterna, não é a das riquezas e do poder, mas sim a do amor e da entrega”.
Atualmente, a igreja de São João celebra mais de 800 batismos anualmente e muitos jovens se juntaram à vida ativa das paróquias. Para as minorias religiosas, Akash Bashir é "uma bênção".
“Ele é um modelo luminoso para outros jovens e pessoas de outras religiões, uma fonte de inspiração no serviço ao próximo e na ajuda desinteressada”, concluiu o padre Cameroni.
Segundo a Fides, em 31 de janeiro de 2022, na festa de são João Bosco, o papa Francisco anunciou Akash Bashir como servo de Deus.
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— ACI Digital (@acidigital) February 3, 2022