MADRI, 15 de jul de 2004 às 17:47
O diretor do Instituto de Estudos sobre conflitos e ação humanitária, Jesus Núñez Díaz, criticou as autoridades espanholas de “fechar os olhos” aos centros como a mesquita da estrada M-30 onde, segundo sua opinião, fomentam o radicalismo islâmico.
Na opinião de Núñez Díaz, na mencionada mesquita madrilena -a segunda maior da Europa e financiada pela Arábia Saudita- ensinam o wahabismo, tendência muçulmana radical seguida por alguns dos autores dos atentados de 11-M.
O especialista também denunciou que na Espanha ante de 11-S houve “permissividade” com os radicais islâmicos pelo fato de que não atentavam no país, embora havia a informação de que o utilizavam como base para agir em outros países.
Em uma documentada apresentação, Núñez assegurou que o terrorismo internacional de corte islâmico “é uma ameaça real e não um fantasma”.
Núñez Díaz afirmou que, por isso, na lista da Al Qaida “estão todos os países tenham ou não tropas no Iraque”. Neste sentido, precisou que “agora que não estamos no Iraque continuamos nesta lista”.
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Segundo o diretor do Instituto, os criminosos escolheram a Espanha porque era um objetivo “fácil” e lembrou que uma das estratégias da rede dirigida por Bin Laden é a de atentar coincidindo com processos eleitorais.
Do mesmo modo,Núñez manifestou concordar com o sociólogo Manuel Castells Oliván que opinou que a resposta ao terrorismo internacional “não deve ser militar”, e destacou a necessidade de controlar os meios financeiros a fim de asfixiar as vias econômicas utilizadas pela Al Qaida.
Na opinião de Castells, seria um “grave erro” que o Governo controle os discursos dos imanes devido a “que mais do que uma solução seria um chamado à radicalização”. A seu ver, é a comunidade muçulmana a que teria que estabelecer seus controles.