GRANADA, 8 de mai de 2023 às 14:19
A espanhola Conchita Barrecheguren foi beatificada numa missa celebrada na catedral de Granada, Espanha, no sábado (6). Para o vice-postulador causa, padre Francisco José Tejerizo, ela era "uma cristã comum".
A missa com o rito da beatificação foi rezada pelo prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Marcello Semeraro, com a participação de mais de 2,5 mil fiéis, entre os quais cem familiares da nova beata.
Nascida em Granada em 1905, María de la Concepción del Perpetuo Socorro Barrecheguren García foi batizada na paróquia do Sacrário da Catedral de Granada no dia da Imaculada Conceição.
Ela viveu 21 anos, cinco meses e 16 dias, "tempo mais do que suficiente para se tornar e se construir como mulher -como mulher cristã--, e para desenvolver suas qualidades", diz o padre Tejerizo na biografia da nova beata divulgada pelo arcebispado de Granada.
Conchita adoeceu com tuberculose ao retornar de uma peregrinação a Lisieux em 1926.
“O desenvolvimento da doença de Conchita e o sofrimento que a acompanha despertam a admiração de quem a conheceu” pela forma como foi capaz de enfrentar os seus sofrimentos, conta Tejerizo.
“A fé de Conchita sabe descobrir que os planos de Deus não são os seus, que ela tem que aceitar que a sua vida e a sua forma de seguir Jesus Cristo é a laical”, resume.
Na nova beata há dois elementos reforçados pelo Concílio Vaticano II que aconteceu anos mais tarde: “A importância dos leigos na vida da Igreja e a sua participação, pelo batismo, no sacerdócio de Cristo”, diz o vice-postulador.
Para Tejerizo, “a simplicidade de Conchita e o seu ser cristã comum é um testemunho atual” e, o extraordinário, “a sua vida ordinária e comum”.
Ele falou de duas características da vida de Conchita: “Sua forma de encarar a cruz e seu distanciamento do mundo e de tudo que pudesse distrai-la de seu processo de crescimento espiritual”.
Conchita morreu em 13 de maio de 1927 e “não procurou nem viveu coisas chamativas. Foi simplesmente uma cristã”, porque com a sua fé respondeu à sua vida cotidiana.
Sua causa de canonização foi aberta em 1938, em plena Guerra Civil Espanhola, e concluída em 1945. Alguns anos depois, Pio XII permitiu que o processo continuasse, pois não encontrou nada repreensível em seus escritos.
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Em 1977, Roma pediu a realização de um processo diocesano suplementar no qual compareceram 23 testemunhas.
Já em 2016, a diocese de Orihuela-Alicante estudou a suposta cura milagrosa de uma menina de 16 meses que havia sofrido a síndrome do choque tóxico com lesão de múltiplos órgãos em 2014.
O papa Francisco decretou o reconhecimento das virtudes heroicas de Conchita em 2020 e autorizou a publicação do decreto reconhecendo o milagre atribuído à intercessão de Conchita em 2022.
Seu pai, a caminho dos altares
Em 1937, dez anos após a morte de Conchita, morreu a sua mãe, Concha García Calvo. Então, seu pai, batizado como Francisco, decide entrar aos 65 anos como postulante dos Missionários Redentoristas em Granada.
Fez a profissão religiosa em 1947 e foi ordenado sacerdote em Madri dois anos depois. Foi destinado a Granada, onde conjugou o seu trabalho pastoral com a gestão da correspondência relacionada com o processo de canonização da sua filha.
Morreu em 1957, aos 76 anos. Quase 40 anos depois, teve início o seu processo de canonização. Atualmente, o padre Francisco Barrecheguren é considerado venerável pela Igreja Católica.
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— ACI Digital (@acidigital) May 8, 2023