O arcebispo de Juba, capital do Sudão do Sul, dom Stephen Ameyu Martin, pediu às instituições eclesiásticas do país para se mobilizarem na acolhida e apoio ao clero, aos religiosos e aos leigos que fogem dos combates que afetam o Sudão desde 15 de abril.

O conflito envolve unidades do exército das Forças Armadas do Sudão (SAF) leais ao general Abdel Fattah al-Burhan, que chefia o Conselho Soberano do governo de transição do Sudão, e as paramilitares Forças de Apoio Rápido (RSF) sob a liderança do general Mohamed Hamdan Daglo.

Segundo relatos, ao menos 528 pessoas morreram e 4.599 ficaram feridas desde o início do conflito. Os serviços básicos, incluindo cuidados médicos foram interrompidos.

Falando durante uma reunião de emergência na quarta-feira (10), em Juba, o arcebispo se referiu a uma carta que enviou a todas as ordens e instituições religiosas da Igreja em sua sede metropolitana.

“Eu indiquei que pelo menos todos nós abramos nossas casas aos nossos irmãos que vêm do Sudão”, disse dom Martin.

“Devemos abrir todas as portas de alojamento nas casas diocesanas e de congregação para os padres e freiras que vêm”, disse ele.

Dom Ameyu Martin também é vice-presidente da Conferência dos Bispos Católicos do Sudão (SCBC, na sigla em inglês), que reúne os bispos católicos do Sudão e do Sudão do Sul. O Sudão do Sul  separou-se do Sudão em 2011.

"Devemos estar prontos para apoiar aqueles que virão a Juba dando a eles espaços para viver”, disse o arcebispo.

“A Igreja também faz um chamado a todas as organizações católicas do Sudão do Sul para que intervenham na situação das pessoas vulneráveis ​​que fogem do Sudão”, acrescentou dom Martin.

Segundo a agência Reuters, os combates continuaram na capital do Sudão, Cartum, embora haja relatos de facções militares rivais se aproximando de um acordo de cessar-fogo nas negociações em andamento na Arábia Saudita.

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Num telefonema durante a reunião de quarta-feira (10) em Juba, o bispo de Malakal, dom Stephen Nyodho, disse que a ajuda do governo “ainda está atrasada” à medida que aumenta o número de pessoas que fogem da violência.

“A resposta do governo ainda está atrasada porque milhares de pessoas estão retidas em Riverside, em Ruweng e também em Melut”, lamentou dom Nyodho.

A Caritas Malakal dá "apoio humanitário" a milhares de sul-sudaneses que fogem da guerra no Sudão.

A irmã Elena Balatti, das Irmãs Missionárias Combonianas, disse à ACI Africa, agência do grupo ACI na África, que a Cáritas da diocese de Malakal no Sudão do Sul, que ela coordena, está "agindo diretamente" para responder à emergência humanitária enquanto os sul-sudaneses voltam em massa ao seu país de origem.

“Os funcionários da Cáritas estão no local com aqueles que oferecem apoio humanitário”, disse a irmã Balatti durante uma entrevista em 4 de maio.

E acrescentou: “Do lado da diocese de Malakal, a Cáritas como ala humanitária é a que atua diretamente para ajudar quem está chegando”.

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