O papa Francisco falou hoje (1º) sobre a importância da “dimensão comunitária” na educação das crianças, destacando que esta tarefa não é responsabilidade apenas dos pais e professores, mas envolve toda a comunidade.

"Para educar uma criança, é preciso uma aldeia inteira", disse o papa Francisco, citando esse provérbio da sabedoria africana ao receber em audiência hoje (1º) os membros da Fundação Internacional de Religiões e Sociedades.

No seu discurso, dirigido aos promotores da iniciativa "Pacto Educativo Africano", o papa falou da "dimensão comunitária da educação" que sempre fez parte da "tradição educativa milenar" na África.

“É uma aliança educativa assinada idealmente por todos os membros da aldeia, para os quais a tarefa de acompanhar cada criança não é responsabilidade exclusiva do pai e da mãe, mas de todos os membros da comunidade”, disse o papa Francisco.

“Portanto, todos têm o dever de apoiar a educação, que é sempre um processo coletivo. Na educação devemos arriscar mais e unir forças”, acrescentou.

A fundação apresentou ao papa Francisco os resultados do “Pacto Educativo Africano”, fruto do simpósio internacional que aconteceu em novembro passado em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, sob o patrocínio da Conferência Episcopal do Congo.

O simpósio reuniu bispos, padres, cientistas e estudiosos de vários países africanos e de outros continentes, e foi organizado pela Universidade Católica do Congo

“Vocês optaram pelo Pacto Global de Educação de estilo africano, que lancei em setembro de 2019. Eu os parabenizo, porque vocês foram os primeiros a fazer um Pacto Educacional continental”.

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“O Pacto Educativo Africano deve contribuir, além de recuperar e fortalecer esta dimensão comunitária e horizontal das relações, também para evidenciar outra dimensão, igualmente antiga, a vertical: a relação com Deus”, continuou.

O papa encorajou os educadores “a escutar a voz dos jovens e suas ideias, sem autoritarismo: o Espírito fala também através deles, e tenho certeza de que eles poderão sugerir coisas bonitas e surpreendentes”. Ele também pediu que mais "energia" seja investida na educação das novas gerações.

“Depois das políticas de educação de massa que marcaram as primeiras décadas do pós-colonialismo, é agora tempo de trabalhar junto com os governos locais para uma qualificação cada vez maior da educação, formando bem os professores, valorizando-os e criando as condições necessárias para um exercício digno de sua profissão”, disse.

O papa Francisco também convidou a olhar “para África com muita confiança, porque tem tudo para ser um continente capaz de traçar os caminhos do futuro”. “Não só aos grandes recursos minerais, ao progresso econômico e aos processos de paz, penso sobretudo nos recursos educacionais: nos valores da educação tradicional africana”, concluiu.

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