2 de jun de 2024 às 00:01
A Igreja celebra hoje (2) são Félix de Nicósia, humilde frade capuchinho (Ordem dos Frades Menores Capuchinhos) do século XVIII, exemplo de austeridade, entrega e, sobretudo, de amor a Deus, manifestado na obediência e na caridade para com os pobres e vulneráveis.
São Félix nasceu na cidade siciliana de Nicósia, Itália, no ano de 1715. Seu nome de batismo era Filippo Giácomo Amoroso. Aos 20 anos, pediu para ser admitido no convento franciscano capuchinho como irmão leigo, pois, sendo analfabeto, não podia aspirar a ser clérigo.
Ele foi rejeitado por oito anos consecutivos, até que finalmente foi admitido no convento de Mistretta, na Sicília. Fez a profissão perpétua em 10 de outubro de 1774 e foi imediatamente enviado para o convento de Nicósia, sua cidade natal.
Durante grande parte de sua vida religiosa, trabalhou como esmoleiro. Todos os dias percorria as ruas da sua cidade batendo à porta dos ricos, convidando-os a repartir os seus bens e buscar a Deus, a quem todos somos devedores.
Depois, batia à porta dos pobres, oferecendo ajuda em suas necessidades e lembrando-lhes que mesmo em meio à pobreza há muito a oferecer e compartilhar. Dessa forma, ele mesmo se tornou um elo entre eles, ajudando a derrubar os muros sociais.
Com o seu comportamento amigável, são Félix comovia seus conterrâneos, principalmente porque sempre agradecia, tanto quando recebia doações como quando era rejeitado ou maltratado. Em ambos os casos, sua resposta era a mesma: "Seja por amor de Deus".
Analfabeto, mas sábio
Embora fosse analfabeto, conhecia bem as Sagradas Escrituras e a doutrina cristã, pois esforçava-se por memorizar as passagens bíblicas que lhe eram mais significativas, bem como os textos dos mestres espirituais que eram lidos no convento durante as refeições.
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Ele também memorizava o que ouvia na homilia. O irmão Félix demonstrou com veemência que era muito bom em valorizar o que lhe chegava aos ouvidos para que, uma vez interiorizado, pudesse compartilhar com quem precisasse.
Era um grande amante da Eucaristia (passava horas rezando diante do Sacrário). Professou uma particular devoção a Nossa Senhora das Dores (carregou uma imagem da Virgem no peito durante trinta anos) e à Paixão de Cristo (costumava meditar o sacrifício de Cristo na Cruz com os braços cruzados).
A maior aspiração de são Félix era corresponder da melhor forma possível ao amor de Deus. Ele sabia que se ele se unisse a Deus, todo o restante se encaixaria. Ele também sabia que, se havia algo com que se preocupar, era colocar Deus em primeiro lugar, sempre.
O Senhor, sabendo que foi reparado pela misericórdia do humilde santo, adornou sua vida com o dom de curar as doenças, tanto do corpo quanto da alma. Em nome de Cristo, ele fez muitos milagres. Sabe-se também que o bom irmão Félix recebeu o dom da bilocação, graças à qual serviu a mais pessoas.
O santo morreu em 31 de maio de 1787 no convento de Nicósia, sua casa, aos 78 anos. Foi beatificado em 12 de fevereiro de 1888 pelo papa Leão XIII e canonizado em 23 de outubro de 2005 pelo papa Bento XVI.
"Seja por amor de Deus"
Na homilia da missa de canonização, o papa Bento XVI pronunciou algumas palavras dedicadas a são Félix: "’Seja por amor de Deus’. Assim podemos compreender bem quanto era intensa e concreta nele a experiência do amor de Deus revelado aos homens em Cristo. Este humilde Frade capuchinho, ilustre filho da terra da Sicília, austero e penitente, fiel às mais genuínas expressões da tradição franciscana, foi gradualmente plasmado e transformado pelo amor de Deus, vivido e concretizado no amor ao próximo. Frei Félix ajuda-nos a descobrir o valor das pequenas coisas que enriquecem a vida e ensina-nos a colher o sentido da família e do serviço aos irmãos, mostrando-nos que a alegria verdadeira e duradoura, pela qual aspira o coração de cada ser humano, é fruto do amor”.