PARIS, 12 de jun de 2023 às 15:45
Henri d'Anselme tornou-se “o herói da mochila” por ter interrompido o ataque de um refugiado sírio que esfaqueou quatro crianças e dois adultos na cidade de Annecy, França, na quinta-feira (8).
Anselme, de 24 anos, é um católico que fazia uma peregrinação pela região de Annecy. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram Anselme se defendendo do ataque com sua mochila. Depois, ele vai atrás do omem para o impedir de causar mais danos.
Anselme disse á agência de notícias Associated Press (AP) que a princípio pensou que fosse um assalto, mas ao ver que o homem estava indo atrás das crianças, percebeu que era um ataque. “Nesse momento é como se o seu cérebro se desconectasse e você age instintivamente, como um animal. Era impossível para mim ver isso e não reagir", disse.
“Primeiro tentei correr atrás dele com a minha mochila grande no parque, mas para ser mais rápido eu a soltei e continuei correndo atrás dele com a minha mochila pequena. Pode parecer uma bobagem quando você pensa sobre isso, mas você só tenta fazer o que pode com o que tem", acrescentou.
Meios de comunicação e usuários de redes sociais começaram a chamá-lo de “herói nacional”. Anselme, porém, diz que agiu “como qualquer francês faria”.
Segundo a Aleteia em francês, Henri faz uma peregrinação por várias catedrais desde março, como resultado de um relatório do Senado de 2022, que diz que entre 2,5 mil e 5 mil igrejas podem ser demolidas até 2030, se nada for feito para protegê-las.
Por isso, Henri decidiu percorrer as catedrais e divulgá-las nas suas redes sociais, uma iniciativa que leva o título "Le chant des cathedrales” (O canto das catedrais).
Ele disse à AP: “Se estou fazendo uma peregrinação pelas catedrais francesas nestes dias é para me inspirar no que é belo e grandioso, e isso provavelmente me ajudou a tomar a decisão de agir”.
Segundo o Religião em Liberdade, Henri é ex-chefe de escoteiros, tem mestrado em negócios e diploma em filosofia pelo IPC, antigo Instituto de Filosofia Comparada, “uma universidade particular de inspiração católica”.
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Henri d'Anselme também disse à AP que não acha que a sua presença no ataque tenha sido uma coincidência. “Talvez houvesse algo maior do que eu que me levou a agir, mas só quero dizer que todo mundo teria feito isso. Quando você decide deixar a passividade, qualquer um pode fazer atos semelhantes".
O presidente francês Emmanuel Macron se reuniu na sexta-feira com médicos, policiais e civis que responderam ao ataque. O presidente se aproximou para cumprimentar Henri.
Os feridos e o agressor
Até o fechamento desta nota, sabia-se que três das crianças atacadas haviam sido transferidas para um hospital da cidade de Grenoble, enquanto a quarta está sendo tratada em Genebra, Suíç.
Sobre o agressor sírio, sabe-se que tem 31 anos, tem estatuto de refugiado político concedido pela Suécia e está preso, sendo avaliado por psiquiatras. A causa do ataque ainda é desconhecida. Recentemente, as autoridades francesas lhe negaram asilo neste país, já que a Suécia havia lhe dado residência permanente anos atrás.
Relevância católica de Annecy
A cidade de Annecy, onde ocorreu o ataque, tem uma longa tradição católica. Foi onde o grande são Francisco de Sales (1567-1622) viveu e fez grande parte da sua obra apostólica.
Annecy tornou-se um local de resistência contra os protestantes calvinistas. Segundo os salesianos, em 1610 o santo fundou lá a Ordem da Visitação de Santa Maria, junto com santa Joana de Chantal. Nessa mesma cidade foi sepultado.
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