22 de jun de 2024 às 02:00
A Igreja celebra hoje (22) são Tomás More, político, professor de direito e advogado do século XVI, cuja vida pode dar ensinamentos para profissionais do direito e da política do século XXI.
Tomás More, padroeiro dos políticos e governantes, costumava dizer que "o homem não pode ser separado de Deus, nem a política da moral".
O advogado e mestre em Direito, Alberto González Cáceres, presidente do Centro de Estudos Jurídicos Santo Tomás More, do Peru, falou da férrea “defesa da consciência e da verdade” deste santo.
“Refiro-me à única verdade: aquela que nos diz que Eu sou a verdade, o Caminho e a Vida. Não a verdade relativista do mundo atual que não hesita em justificar seus vícios com meias verdades e nos apresenta falsos caminhos”, disse em entrevista à ACI Prensa, do grupo EWTN, ao qual pertence a ACI Digital.
O advogado comentou que embora Tomás More tenha sido um advogado com “muito talento jurídico”, antes disso era “um homem de família, muito dedicado à mulher e aos filhos e comprometido nas suas obrigações profissionais”.
"Especificamente, ele era um homem correto", disse.
Tomás More nasceu em Londres em 1477. Formou-se como advogado na Universidade de Oxford e teve uma carreira de sucesso que acabou levando-o ao parlamento inglês e depois ao cargo de chanceler de Henrique VIII, rei da Inglaterra.
Ele foi casado com Jane Colt, com quem teve quatro filhos; também é lembrado por defender com a vida a indissolubilidade do casamento.
Tomás More foi preso e morreu mártir por permanecer fiel ao primado do papa e por não aceitar que Henrique VIII se separasse da Igreja Católica para se divorciar e se casar novamente.
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“À medida em que Henrique VIII vai se entregando às suas paixões e em que o mundo de seu tempo vai se rendendo com pouca oposição ao poder e às leis que justificam suas imoralidades, surge o momento dos homens de verdade, aqueles que não se submetem ao poder efêmero e à bajulação dos poderosos”, disse González.
“Diante dessas circunstâncias, são Tomás More entrega a vida dele em defesa de sua própria consciência. Sua consciência reta o obrigava a permanecer firme na defesa da verdadeira Igreja de Jesus Cristo: a Igreja Católica Apostólica Romana”, disse.
Depois de passar 14 meses na prisão, Tomás More foi decapitado e morreu como mártir em 6 de julho de 1535. Na forca, antes de ser executado, o santo disse à multidão: "Morro como bom servidor do rei, mas primeiro como servidor de Deus”.
Para González, o que mais lhe impressiona sobre seu padroeiro é "a sua firmeza durante o martírio".
"Sua firmeza enquanto estava preso, sozinho e abandonado na Torre de Londres e seu brilho e calma total quando ele finalmente foi decapitado", disse ele.
Por fim, o advogado católico lembrou que “os cristãos são chamados a ser outros Cristos”, assim como o fez Tomás More.
"Ele é o modelo do mártir, mas vamos abordar o martírio não como a morte que acaba com as nossas vidas terrenas", disse ele.
"Refiro-me ao martírio do homem que nega a si mesmo por amor à esposa, ao martírio do filho que se nega por amor aos pais, ao martírio do governante pelo amor e pelo bem do seu povo, ao martírio do funcionário que faz a coisa certa para o bem da comunidade", disse.
González disse que isso "é o que Jesus Cristo e sua mãe Maria Santíssima nos ensinaram".