Cidade do México, 31 de jul de 2023 às 12:03
O padre Eduardo Hayen Cuarón, diretor do jornal Presencia da diocese de Ciudad Juárez, México, respondeu à preocupação sobre o que acontece com a alma das pessoas que têm doença de Alzheimer.
No artigo “No limiar do além”, o padre Hayen Cuarón disse que “dói ver que um dos nossos entes queridos começa a perder os traços de personalidade que tanto amamos, como a simpatia, o serviço, bom humor, gentileza, conhecimento, diálogo e tantos outros que fazem dela uma pessoa única no mundo”.
“Podemos até chegar a acreditar que não é mais a mesma pessoa e que é outro ser diferente; ‘não é mais ele’, os familiares costumam dizer", continuou ele.
“Encontrar pessoas com faculdades físicas e mentais seriamente diminuídas deve inspirar a nós, como cristãos, um profundo respeito pela obra de Deus nelas”, disse o padre.
“Enquanto para o mundo superficial a pessoa só vale por sua produtividade ou beleza, os cristãos que sabem ver além das aparências descobrem nos doentes terminais filhos amados de Deus com quem o Senhor quer compartilhar sua própria vida divina. A sua vida é um bem precioso ao qual o amor do Pai dá sentido e valor”.
O que é a doença de Alzheimer?
O MedlinePlus, serviço informativo on-line da Biblioteca Nacional de Medicina dos EUA, diz que "a doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência entre os idosos".
"A demência é um distúrbio cerebral que afeta gravemente a capacidade da pessoa de fazer atividades diárias", acrescenta.
“A doença de Alzheimer começa lentamente. Ela afeta primeiro as partes do cérebro que controlam o pensamento, a memória e a linguagem", diz o MedlinePlus. "Com o tempo, os sintomas da doença de Alzheimer pioram" e "as pessoas podem não reconhecer seus familiares", continua.
A doença de Alzheimer, acrescenta, "geralmente começa após os 60 anos de idade. O risco aumenta à medida que a pessoa envelhece".
"Nenhum tratamento pode deter a doença. Entretanto, alguns medicamentos podem ajudar a evitar a piora dos sintomas por um tempo limitado", conclui.
“A pessoa continua sendo a mesma”
Segundo o artigo do padre Hayen Cuarón, “a pessoa humana é um ser físico e espiritual ao mesmo tempo. Quando surge uma doença que afeta o cérebro, a parte espiritual da pessoa, ou seja, sua inteligência, pode ser afetada para se expressar.
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“Sabemos que o cérebro e a inteligência não se identificam, não são a mesma coisa. O espírito é superior à matéria e dela não pode provir”, disse.
“Por ser imaterial e por ser capaz de produzir pensamentos abstratos, a inteligência ou alma espiritual do homem é superior ao seu cérebro, embora atue em colaboração com ele”, acrescentou.
O padre disse que "se o cérebro adoece devido a um processo natural ou a um golpe forte, a pessoa continua sendo a mesma, -a alma espiritual continua a manter vivas as funções do corpo- embora não possa exibir suas faculdades mentais".
Hayen Cuarón disse que "talvez chegue o dia em que nos levarão para onde não queremos ir, estenderão seus braços e nos vestirão, de acordo com as palavras de Jesus a Pedro".
"O tempo terá feito o seu desgaste e nos tornaremos parte daquele grupo de cegos, coxos, leprosos, surdos ou aleijados que precisarão de uma cadeira de rodas e oxigênio extra", disse ele.
“Nestas circunstâncias a nossa vida conservará todo o seu valor, e nessa existência diminuída também teremos de nos regozijar porque o Messias veio para essas pessoas”, disse.
Ao final de seu artigo, ele exortou a manter “a fé firme em Jesus Cristo e quando virmos nossas vidas parecerem abandonadas na escuridão da noite, saibamos que Ele cuida de nós com amor”.
“Por isso vamos aguardar com expectativa o dia que se anuncia e que não terá fim”, concluiu.
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— ACI Digital (@acidigital) September 18, 2019