“Eu sou muito devoto de Nossa Senhora das Graças. E essa devoção veio da minha avó, que morreu há quatro anos. Estar aqui em uma jornada de tema mariano me lembra muito da minha avó”, disse Ramon Vidal, 31 anos, de Belo Horizonte (MG). Antes de ir para Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude, ele fez questão de passar no santuário de Fátima: “o momento mais marcante até agora”.

Ramon participa há 16 anos da pastoral de música e do movimento Encontro de Jovens com Cristo (EJC) em sua arquidiocese. Ele contou à ACI Digital que foi a avó quem o “educou na fé” e o “levou para a igreja”. “O sonho dela era que eu fosse padre. Disse que não era minha vocação. Mas, ela sempre me apoiou, me incentivava a cantar na igreja. Na missa, quando eu estava cantando, olhava para ela e a via sorrindo pelos olhos. É uma coisa que eu sinto muita falta hoje”, disse.

Ele também recebeu da avó a devoção a Nossa Senhora. “Então, toda vez que falo, vejo ou penso em Maria, minha avó vem à minha cabeça e eu vou às lágrimas mesmo”, disse.

Esta é a primeira JMJ da que Ramon participa. Ele contou que não estava inteirado sobre a JMJ Lisboa 2023, até receber um convite da congregação religiosa Nossa Senhora Mãe de Misericórdia. Então, começou a pesquisar sobre a jornada e viu que o tema era ‘Maria levantou-se e partiu apressadamente’.

“Estar em uma jornada mariana com toda a minha devoção por Maria é sensacional e me traz a memória da minha avó, ela está o tempo todo comigo, desde que cheguei”, disse.

Para Ramon, até agora, o momento mais marcante dessa viagem foi a visita ao santuário de Fátima antes de ir para Lisboa. “Não tem palavras para descrever o que é estar no lugar onde Nossa Senhora apareceu. Falo e fico arrepiado. Eu chorei igual criança só de chegar ao santuário. Para mim, até agora, foi o momento que mais me tocou”, completou.

“Estar em uma JMJ mariana, com a lembrança da minha avó e vendo o papa Francisco... não preciso de mais nada”, concluiu.

A relação dos jovens com os avós tem sido um tema constante do papa Francisco. “Como os avós são importantes na vida da família, para comunicar o patrimônio de humanidade e de fé que é essencial para qualquer sociedade. E como é importante o encontro e o diálogo entre as gerações, principalmente dentro da família”, disse o papa na JMJ Rio 2013, ao celebrar o Ângelus em 26 de julho, festa de são Joaquim e sant’Ana, avós de Jesus.

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Em 2022, também celebrando os avós de Jesus, dessa vez no Canadá, o papa Francisco disse que “na casa dos avós, muitos de nós respiramos o perfume do Evangelho, a força de uma fé que tem o sabor de casa. Graças a eles, descobrimos uma fé familiar, doméstica; sim, porque é deste modo que se comunica essencialmente a fé: comunica-se ‘em dialeto’, comunica-se através do afeto e do encorajamento, da solicitude e da proximidade”.

Antes da JMJ Lisboa 2023, o papa pediu em diversas ocasiões que os jovens fossem visitar seus avós antes de viajarem para Portugal. Também pediu que os avós acompanhassem os jovens com suas orações.

Hoje (4) no almoço com dez jovens de diferentes países na nunciatura apostólica, o papa Francisco voltou a abordar o tema dos avós. Segundo o brasileiro Pedro Luiz de Carvalho, que participou do almoço, o papa falou sobre a importância dos mais velhos. “Ele citava, se não me engano, o livro de Joel, que diz que os velhos sonharão e os jovens profetizarão. Justamente quando há o encontro entre os mais jovens e os mais velhos, algo novo, belo surge dali, essa cultura do encontro, o encontro de todos”, disse Pedro Luiz.

 

 

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