O frade dominicano Nelson Medina, doutor em Teologia Fundamental e conhecido pelo apostolado que faz na internet, fala sobre cinco traços da vida de são Domingos de Gusmão, cuja festa é celebrada hoje (8), que podem ajudar os católicos no mundo de hoje.

1.  São Domingos foi contemplativo

“As testemunhas do tempo de são Domingos apresentam-nos o perfil de um homem de oração. Não é simplesmente uma questão de grande piedade ou devoção, que também estava presente nele, é uma questão de relacionamento pessoal com Jesus Cristo e de um amor constante e crescente”, disse o frei Nelson.

“Podemos dizer que a contemplação de Domingos se baseia em um profundo fascínio pela pessoa de Cristo, especialmente por Cristo como salvador dos pecadores”, disse ele.

2. São Domingos: Um homem de estudo

Nelson Medina disse que “a época em que viveu Domingos (1170-1221) foi caracterizada por uma abundância de grupos religiosos que ensinavam coisas parecidas, mas diferentes da fé da Igreja Católica”.

Esta situação “causou grande confusão no povo de Deus. A proposta de Domingos é o diálogo baseado no estudo das fontes, particularmente da Sagrada Escritura”.

“Na medida em que o estudo e o diálogo, orientados para a busca da verdade, se convertem no instrumento de comunicação, podemos vencer as diferenças e aprender uns com os outros”, disse.

3. São Domingos era um homem profundamente compassivo

“A misericórdia de Domingos ficou bem testemunhada ao longo de sua vida. Quando ainda era estudante na cidade de Palencia, na Espanha, uma grande fome atingiu a região”, disse Medina.

“Domingos pôs à venda seus livros de valor inestimável para saciar a fome de tanta gente. Sua frase ‘Não quero estudar sobre peles mortas, quando há homens que morrem de fome’ ficou muito conhecida”.

Essa mesma atitude de compaixão, disse o padre, “Domingos teve em relação às necessidades da alma. A sua oração noturna irrompeu num grande grito: Senhor, misericórdia, o que será dos pecadores!”

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4. São Domingos foi um homem de Igreja

O frei Nelson disse à ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, que "quando nos decepcionamos com os pecados e as contradições dos homens e mulheres da Igreja, somos tentados a tomar o caminho mais fácil, o da fuga, separar-nos da comunidade talvez para acreditar que somos melhores e mais perfeito."

“A Igreja do tempo de Domingos precisava de grandes reformas e Domingos entendeu que a melhor maneira de transformar o que nos dói na Igreja não é a atacando de fora, mas vivendo primeiro o Evangelho nós mesmos e depois ajudando a construi-la de dentro”, disse ele.

5. São Domingos também foi um homem fraterno

“Domingos tinha uma grande capacidade para empreender missões árduas, mesmo na solidão, mas não era um trabalhador solitário, mas um pioneiro, e o que ele queria e finalmente conseguiu foi uma comunidade de testemunhas que pudessem, com suas vidas e suas palavras servir a muitos em muitos lugares”, disse o frei Nelson.

“Seu espírito fraterno se manifestou na capacidade de dar novas forças a quem estava desanimado e de ser fonte de confiança e amizade para todos”, acrescentou Medina

“O testemunho de são Domingos de Gusmão é o de uma forma de ser, de uma personalidade extremamente completa e equilibrada e creio que algo assim necessita urgentemente o nosso tempo”, disse.

Por fim, Medina disse que no mundo de hoje, “em meio a tantas polarizações e extremismos, o equilíbrio sereno e luminoso de um santo como Domingos de Gusmão tem muito a nos dizer”.

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