10 de ago de 2024 às 04:00
A Igreja Católica celebra hoje (10), a festa do mártir são Lourenço e o Dia do Diácono Permanente.
Abaixo, cinco dados sobre a vocação dos Diáconos Permanentes:
Foram instituídos pelos Apóstolos
A palavra diácono vem do grego "diákonos" que significa “servidor”. Segundo os Atos dos Apóstolos (6, 1-6), os apóstolos convocaram uma assembleia e disseram que não estava certo que abandonassem a Palavra de Deus e a oração para servir às mesas.
Por isso, pediram para encontrar sete homens virtuosos para servir nesta tarefa. Assim a assembleia elegeu santo Estêvão e outros seis companheiros, aos quais os Apóstolos impuseram as mãos.
Devem ser postos à prova
O apóstolo são Paulo em sua "Primeira Carta a Timóteo" diz que "os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso de bebida e ao espírito do lucro; que guardem o ministério da fé numa consciência pura".
Neste sentido, são Paulo propõe que os candidatos sejam primeiro provados “para que se tenha a certeza de quem são irrepreensíveis”, para ser admitidos ao diaconado.
Quem pode se casar?
Os diáconos podem se casar desde os tempos antigos, tanto que são Paulo diz que “os diáconos devem ser homens casados só uma vez, que governem bem os filhos e a própria casa”.
Porém, com o avanço histórico do cristianismo, a Igreja em sua sabedoria reconhece dois tipos de diáconos: os permanentes e os transitórios. Os permanentes são aqueles que recebem este ministério por toda a vida, enquanto os transitórios o recebem como passo prévio ao sacerdócio.
Segundo um documento explicativo sobre o diaconato da diocese de Burgos, na Espanha, os diáconos permanentes podem se casar, mas se ficarem viúvos não se casarão novamente.
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“O diaconado permanente pode ser recebido por homens celibatários ou casados. Pode ser recebido inclusive por membros de institutos de vida consagrada. Se o recebem celibatários, devem permanecer assim por toda a vida. Se a pessoa que recebe for casada, não poderá casar novamente se for viúva”, diz o documento explicativo.
Um candidato casado não pode ser ordenado diácono permanente sem a aprovação de sua esposa. O viúvo pode pedir para ser avaliado para ser ordenado sacerdote, mas só será consagrado sacerdote se os filhos puderem cuidar de si mesmos e se for admitido pelo bispo.
Fazem parte do clero
Os diáconos são membros do clero e, portanto, não são leigos, ainda que não sejam sacerdotes. Segundo a "Lumen Gentium", a constituição dogmática sobre a Igreja do Concílio Vaticano II, "recebem a imposição das mãos ‘não em ordem ao sacerdócio mas ao ministério’".
Ou seja, recebem o terceiro grau do sacramento da Ordem “para prestar um serviço e não para exercer o sacerdócio”. Portanto, suas funções são "o ministério da liturgia, da palavra e da caridade".
Em termos práticos, podem “administrar solenemente o Batismo, guardar e distribuir a Eucaristia, assistir e abençoar o Matrimônio em nome da Igreja, levar o viático aos moribundos, ler aos fiéis a Sagrada Escritura, instruir e exortar o povo, presidir ao culto e à oração dos fiéis, administrar os sacramentais, dirigir os ritos do funeral e da sepultura.”.
Existiram as "diaconisas"?
Segundo o documento de 2002 "O Diaconado: Evolução e Perspectivas" da Comissão Teológica Internacional, no século III em algumas regiões da Igreja, como o leste da Síria e Constantinopla, havia diaconisas.
A Comissão fala de uma compilação canônico-litúrgica denominada "Didascalia dos Apóstolos" (DA), que naquele tempo foi o primeiro documento eclesiástico que falava das diaconisas, cuja missão era apenas o "serviço das mulheres".
“A diaconisa deve proceder à unção corporal das mulheres no momento do batismo, instruir as mulheres neófitas, visitar as crentes nas suas casas e, sobretudo, as doentes. Está proibida de conferir o batismo como tal e desempenhar um papel na oferenda eucarística (DA 3, 12, 1-4)”.
O papa Francisco, no seu voo de volta da Macedônia para Roma, em 2019, pronunciou-se sobre a atual possibilidade de ordenar diaconisas para a Igreja Católica, e determinou que “até este momento não vai”.
“Não há certeza de que a delas fosse uma ordenação com a mesma forma e com a mesma finalidade que a ordenação masculina. Alguns dizem: existe a dúvida. Vamos continuar estudando. Mas até este momento não vai”, disse.