Um importante grupo de pediatras está pedindo à influente Academia Americana de Pediatria (AAP) que reavalie seu apoio a tratamentos transexuais extremos realizados em crianças, com o grupo alegando que há falta de evidências significativas para justificar esses procedimentos. 

A Academia Americana de Pediatria (AAP) disse em um comunicado na semana passada que estava reafirmando sua declaração de política de 2018 em apoio a intervenções transgênero para crianças, incluindo cirurgia irreversível e uso de hormônios sintéticos. 

A AAP disse que também autorizou o “desenvolvimento de um conjunto expandido de orientações para pediatras” enquanto se aguarda uma revisão da pesquisa clínica que surgiu nos últimos cinco anos. 

Em um comunicado ontem (10) à imprensa, o Colégio Americano de Pediatria (ACPeds) disse estar “desapontado com o fato da AAP ter reafirmado seu apoio a intervenções transgênero em menores”.

No entanto, o grupo afirmou estar “encorajado que a AAP esteja aberta a reavaliar sua posição” sobre esses procedimentos. 

“Há uma falta de qualquer evidência clínica significativa e uma falta de resultados positivos a longo prazo para crianças tratadas com medicamentos bloqueadores da puberdade, hormônios sexuais e intervenções transgênero”, disse o ACPeds. 

“Além disso, é um fato conhecido que a disforia de gênero se resolve na maioria dos menores que podem passar pela puberdade”, continuou o comunicado. “Reafirmamos nossa posição de que essas intervenções não são cientificamente comprovadas e representam abuso infantil”. 

O ACPeds em sua declaração instou a AAP a “levar em consideração as crescentes evidências científicas contra intervenções transgênero em menores, o que levou alguns países, incluindo Reino Unido, Finlândia e Suécia, a retirar seu apoio a tais intervenções”.

“Não há evidências cientificamente robustas para apoiar intervenções transgênero em menores”, concluiu o comunicado. 

No comunicado à imprensa, o grupo ofereceu links para a literatura do ACPeds, argumentando que “os tratamentos transgêneros prejudicam as crianças ” e que os cérebros dos adolescentes ainda estão “em construção” e que, consequentemente, os “processos de tomada de decisão durante a adolescência são imaturos”.

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Em seu site, o ACPeds se autodenomina “uma organização nacional de pediatras e outros profissionais de saúde dedicados à saúde e ao bem-estar das crianças”. 

O grupo diz que foi fundado por “médicos preocupados” que “viram a necessidade de uma organização pediátrica que não fosse influenciada pelos pronunciamentos políticos da época”.

Tratamentos transgêneros, particularmente aqueles envolvendo crianças, geraram intenso debate e controvérsia nos EUA nos últimos anos, tanto no meio médico quanto no religioso.

 Bispos dos EUA  votaram em junho por emitir uma revisão significativa das diretrizes médicas católicas sobre pacientes transgêneros, com os prelados emitindo proibições estritas contra qualquer forma de cirurgia transgênero realizada em instalações médicas católicas.

Os bispos haviam estipulado em um documento de orientação anterior que as instalações católicas não tinham permissão para “realizar intervenções, sejam cirúrgicas ou químicas, que visem transformar as características sexuais de um corpo humano nas do sexo oposto”.

Segundo observado pelo ACPeds, vários países europeus recentemente emitiram proibições contra cirurgias transgênero realizadas em crianças, citando evidências escassas e riscos de longo prazo associados aos procedimentos.

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