VATICANO, 24 de jan de 2006 às 14:44
Em sua primeira mensagem publicada para a Jornada Mundial para as Comunicações Sociais a celebrar-se em 28 de maio de 2006, o Papa Bento XVI assinalou que o papel da mídia não deve ser o de manipular –especialmente os jovens– mas de educar e servir.A mensagem, tradicionalmente publicada neste dia, coincidindo com a festividade de São Francisco de Sales, padroeiro dos jornalistas, intitula-se "Os meios: rede de comunicação, comunhão e cooperação".
Na mensagem, o Pontífice reconhece que "os avaços tecnológicos nos meios de comunicação conquistaram em certa medida tempo e espaço, permitindo a comunicação tanto foto instantânea como direta, mesmo que as pessoas estejam separadas por enormes distâncias".
O Pontífice destacou entretanto que "a chamada aos meios de comunicação de hoje à responsabilidade, a ser protagonistas da verdade e promotores da paz, supõe numerosos desafios"; porque "embora os diversos instrumentos de comunicação social facilitem o intercâmbio de informação, idéias e entendimento mútuo entre grupos, também estão cheios de ambigüidade".
O Papa denuncia que "algumas tendências dentro da mídia geram uma forma de monocultura que obscurece o gênio criador, reduz a sutileza do pensamento complexo e despreza a especificidade de práticas culturais e a particularidade da crença religiosa. Estas distorções se dão quando a indústria da mídia se reduz ao serviço de si mesmo ou funciona somente guiada pelo lucro, perdendo o sentido de responsabilidade para o bem comum".
Apoiar a família
Bento XVI destaca que "se deve garantir sempre uma informação precisa dos eventos, a explicação completa dos fatos de interesse público e a apresentação justa dos diversos pontos de vista"; e sublinha especialmente "a necessidade de sustentar e apoiar a vida matrimonial e familiar que é de particular importância, precisamente porque se relaciona com o fundamento de cada cultura e sociedade".
O Papa lembrou em seguida as três condições indicadas pelo Papa João Paulo II necessárias para o serviço que os meios devem prestar ao bem comum: formação, participação e diálogo.
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Não manipular, educar
"Precisamente porque os meios contemporâneos configuram a cultura popular, devem superar toda tentação de manipular, especialmente os jovens, e tratar, pelo contrário, de educar e servir", escreve o Santo Padre. "Deste modo, protegem em vez de corroer o tecido a sociedade civil, tão valioso para a pessoa humana", acrescenta.
O Papa recordou além que os meios "são um bem destinado a toda pessoa. Como serviço público, a comunicação social requer um espírito de cooperação e co-responsabilidade com escrupulosa atenção no uso dos recursos públicos e no desempenho dos cargos públicos, incluindo o recurso a normas de regulação e a outras medidas ou estruturas desenhadas para obter este objetivo".
O Papa conclui com um tom otimista:
"Estou convencido de que um sério esforço para promover essas três condições, redundará em benefício do sólido desenvolvimento dos meios como uma rede de comunicação, comunhão e cooperação, ajudando os homens, mulheres e crianças. Isto facilitará que os meios prestem mais atenção na dignidade da pessoa humana e a que sejam mais responsáveis e abertos a outros, especialmente aos membros mais necessitados e fracos da sociedade".
"Rompamos juntos os muros divisórios da hostilidade e construamos a comunhão de amor segundo os intuitos que o Criador nos deu a conhecer por meio de seu Filho!", conclui o Santo Padre.
Leia o texto íntegro da mensagem do Papa Bento XVI, ou baixe diretamente em seu computador.