O papa Francisco falou da importância da amizade e da cultura do encontro diante de uma "espécie de epidemia de inimizade" em uma mensagem enviada hoje (18) por meio do secretário de Estado, cardeal Pietro Parolin, ao 44ª "Encontro para a Amizade entre os Povos", programado de 20 a 25 de agosto de 2023 em Rimini, Itália.

Em sintonia com o tema do Encontro: “A existência humana é uma amizade inesgotável”, Francisco falou da importância da amizade em um mundo onde os conflitos e as rivalidades espalham ressentimentos.

Na sua mensagem anual aos "organizadores e participantes" do chamado "Encontro de Rimini", o papa disse que "infelizmente, a guerra e as divisões semeiam ressentimento e medo nos corações, e o outro que é diferente de mim é muitas vezes visto como um rival”.

“A comunicação global e generalizada faz com que essa atitude generalizada se torne uma mentalidade, as diferenças apareçam como sintomas de hostilidade e ocorra uma espécie de epidemia de inimizade”, escreve o papa Francisco em sua mensagem divulgada pelo cardeal Parolin.

“Neste contexto o título do encontro parece ousado: “A existência humana é uma amizade inesgotável”. “Ousado porque vai claramente contra a tendência, em uma época marcada pelo individualismo e pela indiferença, que geram solidão e muitas formas de descarte”.

Francisco diz que “a humanidade sempre experimentou isso: ninguém pode se salvar sozinho”. Por isso “Deus, num momento histórico, enviou o seu Filho para ensinar o caminho da fraternidade e o dom” da amizade.

Com efeito, como diz o papa, Jesus apresenta-se como amigo, e o seu Espírito rompe a solidão oferecendo a amizade. Essa amizade inesgotável dissolve a desolação, como expressava Dom Giussani, fundador do movimento Comunhão e Libertação, enfatizando que a existência humana é um diálogo profundo e a abolição da solidão.

Dirigindo-se aos jovens, o papa Francisco exalta o valor da verdadeira amizade, que alarga o coração: "Os amigos fiéis, que estão ao nosso lado nos momentos difíceis, são um reflexo do afeto do Senhor, da sua consolação e da sua presença amorosa. Ter amigos nos ensina a nos abrir, a compreender, a cuidar dos outros, a sair de nosso conforto e isolamento, a compartilhar a vida”.

A atitude de abertura ao outro como irmão é um dos traços distintivos do pontificado do papa Francisco, de seu testemunho e de seu ensinamento: “O amor ao outro pelo que ele é nos impele a buscar o melhor para a sua vida. Somente cultivando esse modo de se relacionar, tornaremos possível a amizade social que não exclui ninguém” (Enc. Fratelli tutti, 94).

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“É precisamente a amizade social, continua a mensagem – que o papa continua a recomendar como a única chance, mesmo nas situações mais dramáticas - mesmo diante da guerra.

A mensagem recorda também a lei da amizade instituída por Jesus (Jo 15,13). Neste sentido, o papa exorta os cristãos e as pessoas de boa vontade a responder ao clamor do mundo com gestos e opções que promovam a paz na vida cotidiana.

A mensagem do cardeal Parolin diz - em nome do papa Francisco - que a Igreja promove este caminho de amizade e exorta a praticar com determinação esta virtude humana e cristã.

Finalmente, a mensagem do papa celebra as amizades surgidas nos Meetings de Rimini e destaca a definição da amizade como processo. Incentiva a promoção da cultura do encontro, vendo em cada pessoa um reflexo divino. Ao mesmo tempo, pede para se aproximar de outros como Jesus, promovendo a amizade social e entre as nações. E termina enviando sua bênção apostólica aos participantes e organizadores.

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