1 de set de 2023 às 09:53
Ao sobrevoar o espaço aéreo chinês em direção à Mongólia, o papa Francisco enviou um telegrama dirigido a Xi-Jinping, presidente da República Popular da China, no qual invocou “bênçãos de unidade e paz” para o país asiático.
“Envio saudações cordiais a Sua Excelência e ao povo da China enquanto sobrevoo o espaço aéreo do seu país a caminho da Mongólia. Assegurando-lhes minhas orações pelo bem-estar da nação, invoco sobre todos vocês as bênçãos divinas da unidade e da paz", dizia o telegrama divulgado ontem (31).
O papa Francisco chegou à Mongólia às 9h52 de hoje (22h52 de ontem no horário de Brasília) e ficará até segunda-feira (4). Francisco é o primeiro papa a percorrer este país asiático onde vivem mais de 3 milhões de habitantes, mas dos quais apenas 1,5 mil são católicos.
O país faz fronteira com a China, nação com a qual, segundo o cardeal Pietro Parolín, secretário de Estado da Santa Sé, teve “dificuldades e obstáculos”.
As relações entre a Santa sé e a China parecem se complicar apesar dos acordos que o país asiático tem com a Santa Sé.
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Em 2018, a Santa Sé e o governo de Pequim assinaram um acordo provisório no qual a Santa Sé reconhece os bispos nomeados pelas autoridades comunistas, que foi renovado em outubro de 2020 e vigorará até 2024.
"A Parte Vaticana”, diz o comunicado de renovação do acordo, “tem a intenção de continuar o diálogo respeitoso e construtivo com a Parte Chinesa, para uma implementação frutífera do mencionado Acordo e para um ulterior desenvolvimento das relações bilaterais, com vistas a favorecer a missão da Igreja Católica e o bem do povo chinês".
Mas, em abril deste ano, um bispo chinês tomou posse como bispo de Xangai, em uma nomeação que não teria a aprovação da Santa Sé, violando assim o acordo. Foi a segunda nomeação não autorizada por parte de Pequim desde novembro de 2022.
O Partido Comunista Chinês implementará novas restrições hoje (1º) que proíbem a exibição ao ar livre de símbolos religiosos, exigem que a pregação “reflita os valores socialistas fundamentais” e limitam todas as atividades religiosas a locais aprovados pelo governo, segundo a China Aid.
As restrições chinesas à liberdade religiosa afetarão tanto os cristãos como os budistas, incluindo nas regiões do Tibete e da Mongólia Interior.